sexta-feira, 1 de março de 2024

 Três empresários suspeitos pelo 8/1 são presos pela PF

Na 25ª fase da Operação Lesa Pátria, a Polícia Federal (PF) prendeu nessa quinta-feira (29) os empresários Adauto Lucio de Mesquita, Joveci Xavier de Andrade e Diogo Arthur Galvão, suspeitos de financiar atos antidemocráticos em Brasília. A ação da PF busca identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os ataques do dia 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes.


Na Capital Federal, foram presos Adauto e Joveci. A CPI do 8 de janeiro na Câmara Legislativa do Distrito Federal recomendou, no ano passado, o indiciamento da dupla por incitação ao crime e associação criminosa. O relatório final do colegiado apontou evidências de que eles teriam financiado a estrutura do acampamento em frente ao QG do Exército, apesar da negativa dos empresários nos depoimentos.


Na ocasião, eles contaram ser sócios em empresas do ramo atacadista. De acordo com a CPI, eles contribuíram para o financiamento de carro de som e tendas no local. Em depoimento à época, Adauto Mesquita disse que doou R$ 10 mil para a campanha de Jair Bolsonaro (PL). Já o sócio negou ter doado recursos.


Os dois disseram que não fizeram doações ou contrataram trios elétricos, mas a quebra de sigilo de uma das empresas mostrou pagamento à representante do trio que foi contratado no QG. Os dois também disseram que chegaram, em 8 de janeiro, na Esplanada dos Ministérios, quando já havia ocorrido a invasão dos prédios públicos e afirmaram que não participaram da depredação dos prédios.


Ontem, a defesa de Adauto Mesquita e Joveci Andrade disse, por meio de nota, não ter tido acesso à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e reforçou o compromisso dos investigados com “a democracia, o Estado de Direito, o respeito às instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal”.
O grupo atacadista ao qual os dois pertencem também afirmou em nota ser contra o vandalismo e a intolerância política. “E acredita que a democracia é feita com pensamentos diferentes, mas jamais com violência. A diretoria do Grupo respeita as instituições brasileiras, a democracia e o Estado de Direito.”


Já Diogo Galvão, dono de comércio varejista de madeira e artefatos, é de Campinas, mas estava em São Paulo no momento da prisão. De acordo com a PF, no total, foram 34 mandados judiciais nessa fase da Lesa Pátria. Além das prisões preventivas, há sete alvos para monitoramento eletrônico e 24 mandados de busca e apreensão. As determinações são de Alexandre de Moraes.


Os mandados são relativos a endereços em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Tocantins, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal. A PF também informou que foi determinada por Moraes a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. A estimativa da corporação é a de que os danos ao patrimônio público com os atos golpistas chegue a R$ 40 milhões.


A Operação tem origem nas quatro frentes de investigação abertas após os ataques aos três Poderes. Uma delas mira os possíveis autores intelectuais. Essa ação apura ações do ex-presidente Bolsonaro. Outra visa mapear os financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de bolsonaristas para Brasília.


O terceiro foco da investigação da PF são os vândalos. Os investigadores buscaram identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depredação dos prédios na Capital Federal, que acabaram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A quarta linha de apuração avança sobre autoridades omissas durante o 8 de janeiro e que facilitaram a atuação dos golpistas.

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