Três empresários suspeitos pelo 8/1 são presos pela PF
Na 25ª fase da Operação Lesa Pátria, a Polícia Federal (PF) prendeu nessa quinta-feira (29) os empresários Adauto Lucio de Mesquita, Joveci Xavier de Andrade e Diogo Arthur Galvão, suspeitos de financiar atos antidemocráticos em Brasília. A ação da PF busca identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os ataques do dia 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes.
Na Capital Federal, foram presos Adauto e Joveci. A CPI
do 8 de janeiro na Câmara Legislativa do Distrito Federal
recomendou, no ano passado, o indiciamento da dupla por incitação
ao crime e associação criminosa. O relatório final do colegiado
apontou evidências de que eles teriam financiado a estrutura do
acampamento em frente ao QG do Exército, apesar da negativa dos
empresários nos depoimentos.
Na ocasião, eles contaram ser
sócios em empresas do ramo atacadista. De acordo com a CPI, eles
contribuíram para o financiamento de carro de som e tendas no local.
Em depoimento à época, Adauto Mesquita disse que doou R$ 10 mil
para a campanha de Jair Bolsonaro (PL). Já o sócio negou ter doado
recursos.
Os dois disseram que não fizeram doações ou
contrataram trios elétricos, mas a quebra de sigilo de uma das
empresas mostrou pagamento à representante do trio que foi
contratado no QG. Os dois também disseram que chegaram, em 8 de
janeiro, na Esplanada dos Ministérios, quando já havia ocorrido a
invasão dos prédios públicos e afirmaram que não participaram da
depredação dos prédios.
Ontem, a defesa de Adauto Mesquita e
Joveci Andrade disse, por meio de nota, não ter tido acesso à
decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de
Moraes, e reforçou o compromisso dos investigados com “a
democracia, o Estado de Direito, o respeito às instituições, ao
processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com
especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo Tribunal
Federal”.
O grupo atacadista ao qual os dois pertencem também
afirmou em nota ser contra o vandalismo e a intolerância política.
“E acredita que a democracia é feita com pensamentos diferentes,
mas jamais com violência. A diretoria do Grupo respeita as
instituições brasileiras, a democracia e o Estado de Direito.”
Já
Diogo Galvão, dono de comércio varejista de madeira e artefatos, é
de Campinas, mas estava em São Paulo no momento da prisão. De
acordo com a PF, no total, foram 34 mandados judiciais nessa fase da
Lesa Pátria. Além das prisões preventivas, há sete alvos para
monitoramento eletrônico e 24 mandados de busca e apreensão. As
determinações são de Alexandre de Moraes.
Os mandados são
relativos a endereços em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Tocantins,
Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo e Distrito
Federal. A PF também informou que foi determinada por Moraes a
indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. A
estimativa da corporação é a de que os danos ao patrimônio
público com os atos golpistas chegue a R$ 40 milhões.
A
Operação tem origem nas quatro frentes de investigação abertas
após os ataques aos três Poderes. Uma delas mira os possíveis
autores intelectuais. Essa ação apura ações do ex-presidente
Bolsonaro. Outra visa mapear os financiadores e responsáveis pela
logística do acampamento e transporte de bolsonaristas para
Brasília.
O terceiro foco da investigação da PF são os
vândalos. Os investigadores buscaram identificar e individualizar a
conduta de cada um dos envolvidos na depredação dos prédios na
Capital Federal, que acabaram denunciados pela Procuradoria-Geral da
República (PGR). A quarta linha de apuração avança sobre
autoridades omissas durante o 8 de janeiro e que facilitaram a
atuação dos golpistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário