Polêmica dos dividendos extraordinários da Petrobras
O ministro
de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou na noite desta segunda-feira
(11) que a Petrobras pode pagar os dividendos que não foram pagos após a divulgação dos
resultados financeiros da empresa. Ele ressaltou, no entanto, que investidores
da Petrobras "sabem que o governo é o controlador" da estatal e que a
decisão passa pelo Executivo.
O mercado
teme uma interferência política que possa prejudicar o desempenho da empresa.
Essa polêmica dos dividendos diz respeito ao governo porque a União é a maior
acionista da Petrobras.
Na semana
passada após a decisão da Petrobras de não pagar os dividendos extraordinários,
o valor de mercado da estatal registrou um tombo de R$ 55 bilhões.
"É
natural que essa questão da distribuição de dividendos (...) É uma questão
muito dinâmica (...) O governo do presidente Lula tem
trabalhado com muito cuidado no respeito à governança da Petrobras. Todos os
investidores, eu sempre destaquei isso, sabem quando compram ações da
Petrobras, sabem que o governo é controlador, o governo tem a maioria do
conselho", afirmou Silveira.
Em outra
entrevista, Silveira disse que rever a decisão "é sempre uma
possibilidade". (...) “A decisão foi correta, não vamos chamar de revisão.
O Conselho pode decidir que esse dinheiro que está na reserva pode ser
distribuído", explicou.
O
presidente Lula afirmou que a Petrobras deve satisfação não só aos acionistas,
mas também à população brasileira.
"A
Petrobras tem que pensar no investimento, pensar em 200 milhões de brasileiros
que são donos ou sócios dessa empresa" afirmou o presidente.
"Nós
tivemos uma conversa séria aqui no governo com a direção da Petrobras, porque a
gente acha que é importante pensar na Petrobras, é preciso a gente pensar nos
acionistas, mas é preciso a gente pensar no povo brasileiro", completou o
presidente.
O Ministro
de Minas e Energia, Alexandre Silveira era contra o pagamento dos dividendos
extraordinários, refletindo uma posição forte no Palácio do Planalto. O
presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, era a favor.
O ministro
afirmou que a decisão da semana passada é mais "conservadora", mas
não descartou que o Conselho de Administração da Petrobras possa retomar essa
discussão e decidir distribuir os dividendos.
"Assegurada a tranquilidade de que a empresa está fazendo os seus investimentos, seu plano de investimentos está adequado, em qualquer momento a empresa pode sim através do seu conselho, rever a possibilidade”. Não é rever a decisão, a decisão foi correta", disse.
Prates foi chamado para uma reunião com o presidente Lula nesta segunda no Palácio do Planalto, mas saiu sem falar com a imprensa. Lula afirmou "Boa reunião com o presidente da Petrobras. Conversamos sobre investimentos em fertilizantes, transição energética, enfim, no futuro do nosso país", escreveu.
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