segunda-feira, 11 de março de 2024

Polêmica dos dividendos extraordinários da Petrobras

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou na noite desta segunda-feira (11) que a Petrobras pode pagar os dividendos que não foram pagos após a divulgação dos resultados financeiros da empresa. Ele ressaltou, no entanto, que investidores da Petrobras "sabem que o governo é o controlador" da estatal e que a decisão passa pelo Executivo.

O mercado teme uma interferência política que possa prejudicar o desempenho da empresa. Essa polêmica dos dividendos diz respeito ao governo porque a União é a maior acionista da Petrobras.

Na semana passada após a decisão da Petrobras de não pagar os dividendos extraordinários, o valor de mercado da estatal registrou um tombo de R$ 55 bilhões.

"É natural que essa questão da distribuição de dividendos (...) É uma questão muito dinâmica (...) O governo do presidente Lula tem trabalhado com muito cuidado no respeito à governança da Petrobras. Todos os investidores, eu sempre destaquei isso, sabem quando compram ações da Petrobras, sabem que o governo é controlador, o governo tem a maioria do conselho", afirmou Silveira.

Em outra entrevista, Silveira disse que rever a decisão "é sempre uma possibilidade". (...) “A decisão foi correta, não vamos chamar de revisão. O Conselho pode decidir que esse dinheiro que está na reserva pode ser distribuído", explicou.

O presidente Lula afirmou que a Petrobras deve satisfação não só aos acionistas, mas também à população brasileira.

"A Petrobras tem que pensar no investimento, pensar em 200 milhões de brasileiros que são donos ou sócios dessa empresa" afirmou o presidente.

"Nós tivemos uma conversa séria aqui no governo com a direção da Petrobras, porque a gente acha que é importante pensar na Petrobras, é preciso a gente pensar nos acionistas, mas é preciso a gente pensar no povo brasileiro", completou o presidente.

O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira era contra o pagamento dos dividendos extraordinários, refletindo uma posição forte no Palácio do Planalto. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, era a favor.

O ministro afirmou que a decisão da semana passada é mais "conservadora", mas não descartou que o Conselho de Administração da Petrobras possa retomar essa discussão e decidir distribuir os dividendos.

"Assegurada a tranquilidade de que a empresa está fazendo os seus investimentos, seu plano de investimentos está adequado, em qualquer momento a empresa pode sim através do seu conselho, rever a possibilidade”. Não é rever a decisão, a decisão foi correta", disse. 

Prates foi chamado para uma reunião com o presidente Lula nesta segunda no Palácio do Planalto, mas saiu sem falar com a imprensa. Lula afirmou "Boa reunião com o presidente da Petrobras. Conversamos sobre investimentos em fertilizantes, transição energética, enfim, no futuro do nosso país", escreveu.

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