Restrição da saída temporária de presos será analisada
A restrição do benefício da saída temporária para presos condenados, a chamada saidinha, está na pauta deliberativa do plenário do Senado Federal desta terça-feira (20). Na sessão, prevista para iniciar às 14h, os senadores analisarão o projeto de lei (PL) nº 2.253/2022, que entrou na ordem do dia após aprovação de requerimento de urgência em que parlamentares reforçaram a defesa pela aprovação do texto, especialmente após a morte do policial militar Roger Dias da Cunha, de 29 anos, em janeiro deste ano. O autor do disparo estava nas ruas por causa da saída temporária concedida no período do Natal.
A proposta é de autoria da Câmara dos Deputados, onde tramitou por mais de 11 anos e começou a ser analisada pelo Senado em 2022. Durante o retorno às atividades legislativas, no início deste mês, o projeto passou pela aprovação da Comissão de Segurança Pública (CSP) com relatório favorável do senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ).
O texto
revoga o artigo 122 da Lei de Execução Penal, que atualmente
concede o benefício a condenados que cumprem pena em regime
semiaberto. Eles podem sair até cinco vezes ao ano, sem vigilância
direta, para visitar a família, estudar fora da cadeia ou participar
de atividades que contribuam para a ressocialização.
Apesar da
aprovação da urgência, alguns senadores lamentaram o fato de a
proposta não ter sido discutida na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), como estava previsto anteriormente. Os senadores
Paulo Paim (PT/RS), Jorge Kajuru (PSB/GO), Zenaide Maia (PSD/RN) e
Randolfe Rodrigues (sem partido/AP) chegaram a votar contra o
requerimento de urgência para que a CCJ pudesse se manifestar.
Além
da saída temporária, o projeto trata de outros temas, como a
realização de exame criminológico para a progressão de regime de
condenados. De acordo com a proposta, um apenado somente terá
direito ao benefício se “ostentar boa conduta carcerária,
comprovada pelo diretor do estabelecimento e pelos resultados do
exame criminológico”. O teste deve avaliar, por exemplo, se o
preso é capaz de se ajustar ao novo regime “com autodisciplina,
baixa periculosidade e senso de responsabilidade”.
O projeto
também estabelece regras para a monitoração de presos. Segundo o
texto, o juiz pode determinar a fiscalização eletrônica para
aplicar pena privativa de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto
ou semiaberto ou conceder progressão para tais regimes; aplicar pena
restritiva de direitos que estabeleça limitação de frequência a
lugares específicos; e conceder o livramento condicional.
Ainda
de acordo com o PL, o preso que violar ou danificar o dispositivo de
monitoramento eletrônico fica sujeito a punições, como revogação
do livramento condicional e conversão da pena restritiva de direitos
em pena privativa de liberdade.
Candidatura de militares
O
Senado analisará também a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) que aumenta 25 anos ao tempo de serviço exigido para que
militares federais possam concorrer em eleições sem perder a
remuneração. A PEC, que foi a primeira discutida em 2024, ainda
passará por mais três sessões de análise antes de ser votada em
primeiro turno.
Pela proposta, do senador Jaques Wagner (PT/BA),
apenas candidatos militares (Exército, Marinha ou Aeronáutica) com
mais de 35 anos de serviço poderão passar para a reserva
remunerada, que é uma situação de inatividade em que o oficial ou
praça continua sendo pago pela União. Abaixo desse tempo de
atividade, o militar irá para a reserva não remunerada no ato do
registro da candidatura.
Os senadores parlamentares podem
analisar proposta sobre a estrutura do Conselho Superior da Justiça
do Trabalho (CSJT).
(Com Agência Senado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário