PF mira Bolsonaro e aliados em operação sobre tentativa de golpe; Ceará é alvo de mandado
A Polícia Federal (PF) deflagrou operação, nesta quinta-feira (8), contra organização criminosa que atuou em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, visando obter vantagem política para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.
Segundo informação da jornalista Daniela Lima, da Globonews, a Operação Tempus Veritatis atinge nomes como Braga Netto, Augusto Heleno, os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que é cearense, e Anderson Torres e outros aliados militares ou políticos do ex-presidente, como Valdemar Costa Neto.
A operação já prendeu os ex-assessores Filipe Martins e o coronel Marcelo Câmara.
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Além dos
mandados de prisão preventiva, estão sendo cumpridos 33 mandados de
busca e apreensão, e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que
incluem a proibição de manter contato com os demais investigados,
proibição de sair do País, com entrega dos passaportes no prazo de
24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas.
As
medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal
(STF). Há cumprimento de mandado no Ceará e nos estados do
Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do
Sul, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
O
Diário do Nordeste solicitou à PF detalhes sobre a operação no
Estado e aguarda retorno.
Nesta fase, segundo a PF, as
apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de
atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições de
2022, antes mesmo do pleito, para viabilizar e legitimar uma
intervenção militar. A dinâmica, conforme a PF, era "de
milícia digital".
COMO O GRUPO AGIU
A
investigação da PF identificou que o primeiro eixo de atuação do
grupo criminoso consistiu na construção e propagação da versão
de fraude nas eleições de 2022, com "disseminação falaciosa
de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação". O
discurso, cita a PF, era reiterado pelos investigados desde 2019 e
persistiu mesmo após os resultados do segundo turno das eleições
presidenciais.
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O
segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para
subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de
golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas
de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
O
Exército acompanha o cumprimento de alguns mandados pela PF. Os
fatos investigados configuram, em tese, crimes de organização
criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e
golpe de Estado.
PRESIDENTE LULA COMENTA OPERAÇÃO
Pela
rede social X, antigo Twitter, o presidente Lula falou sobre a
operação da PF em andamento e disse esperar que seja aplicado o
rigor da lei.
"É muito difícil um presidente da
República comentar sobre uma operação da Polícia Federal que
ocorre em segredo de justiça. Espero que não ocorra nenhum excesso
e seja aplicado o rigor da lei. Sabemos dos ataques à democracia.
Precisamos saber quem financiou os acampamentos. Vamos esperar as
investigações", escreveu.
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