Eleições: AGU é contra canal de TV do PT para evitar desequilíbrio
A Advocacia-Geral da União (AGU) recomendou ao Ministério das Comunicações negar o pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) de ter canais abertos de televisão e rádio para “evitar desequilíbrio nas disputas eleitorais”. O PT fez a solicitação ao governo em junho do ano passado.
O pedido foi negado no último dia 26 pelo Ministério das Comunicações, comandado por Juscelino Filho, com base no parecer da AGU que recomendou a proibição. O documento, ao qual o UOL teve acesso, cita decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contrárias à liberação e pontua que uma rede de comunicação desequilibraria a disputa eleitoral.
O propósito da proibição
parece ser o de evitar desequilíbrio nas disputas eleitorais ou
ainda o de garantir mais pluralidade de visões políticas na
programação das emissoras de rádio ou televisão. Esses dois
objetivos ficariam frustrados caso se permitisse o deferimento de
outorga de radiodifusão a uma fundação vinculada a partido
político.
Em nota técnica, o Ministério argumentou que “o
serviço [de telecomunicação] só pode ser executado por fundações
e associações comunitárias, sem fins lucrativos. É expressamente
vedado que a entidade prestadora do serviço de Radcom [radiodifusão
comunitária] se subordine ou se sujeite à gerência, à
administração, ao domínio, ao comando ou à orientação de
qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações político
partidários”.
O PT diz querer um canal de
comunicação para “difundir ideias e propostas de militância”.
No pedido, o partido mencionava a intenção de construir conteúdos
com “pedagogia de participação político-partidária” que iriam
“para além do ato de votar” e argumentava que havia 49 canais
vagos pelo país com possibilidade de concessão.
À imprensa, o
Ministério das Comunicações afirmou que “não houve nenhum tipo
de pressão política. A decisão foi estritamente técnica, com base
nos critérios da legislação vigente”.
O PT deve recorrer.
Em declaração à CNN Brasil, o secretário de Comunicação do
Partido, deputado federal Jilmar Tatto (SP), criticou a decisão de
Juscelino Filho. “É o que dá colocar bolsonarista como diretor do
Ministério das Comunicações”, afirmou.
O pedido dos espaços de
radiodifusão foi assinado pela presidente do Partido, Gleisi
Hoffmann, e por Tatto. No documento, o PT solicita que lhe sejam
alocadas concessões que estejam vagas, ou seja, já existentes, mas
não utilizadas no momento.
Caso o Ministério atenda ao pedido,
o PT será o primeiro partido brasileiro a contar com os próprios
canais de rádio e TV abertos.
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