quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

 Cid lamentou disciplina de militares durante discussão golpista

Envolvido em discussões sobre um possível golpe de Estado para evitar a posse de Lula (PT), o tenente-coronel Mauro Cid mandou a um colega de farda mensagem em tom de lamento por considerar que os militares permaneciam “muito disciplinados”. O texto foi enviado em conversa com o tenente-coronel Sérgio Cavaliere, alvo de buscas da Polícia Federal (PF).


Na conversa, que ocorreu em 19 de novembro de 2022, Cavaliere aborda Cid para questionar a possibilidade de militares da ativa receberem uma concessão especial para deixar a carreira, com aposentadorias proporcionais, caso os planos para reverter o resultado das eleições fossem frustrados. “Irmao [sic], vou te pedir uma ultima [sic] parada, em meu nome e de outros amigos. Se tudo der errado, que seja concedido em caráter excepcional a saída compulsória (proporcional) àqueles que desejarem. Minha mulher é libanesa e quer que eu vá embora com ela”, escreveu. “Sei que é possível fazer isso antes do apagar das luzes”, completou Cavaliere.

Mauro Cid responde que já havia conversado com o vice-chefe de gabinete, sem informar de qual autoridade, e que a “ideia é não conceder para ninguém”. Em resposta, Cavaliere disse que a não concessão do benefício seria “uma bela de uma sacanagem”.
“Se tudo descambar, nós e nossas famílias sofreremos por decisões totalmente em desacordo com o que pensamos. Temos nos mantido confiantes e disciplinados até agora. Espero que estejam preparados para lidar com o racha interno, que virá.” Cid respondeu que este seria o problema: “Estamos muito disciplinados”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, escreveu em decisão que as conversas dos tenentes-coronéis Mauro Cid e Sergio Cavaliere apontavam para uma “tática de investir contra militares não alinhados às iniciativas de golpe, […] tudo com o objetivo de incitar os integrantes do meio militar a se voltarem contra os comandantes que se posicionam contra o intento criminoso”.
Procurada, a defesa de Cid não se manifestou. A reportagem não conseguiu contato com

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