Bolsonaro somou evidências golpistas às claras antes de operação da PF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos alvos de investigação em andamento pela Polícia Federal (PF) sobre trama golpista desencadeada em 2022 para evitar a posse de Lula (PT) na Presidência. Essa investigação é baseada, entre outros pontos, em mensagens e na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Outros elementos
ainda em fase de investigação são a reunião de teor golpista na
qual, em julho de 2022, o então presidente sugere formas para atacar
o sistema eleitoral e, já após a eleição, o papel dele na
elaboração de suposta minuta de decreto em que seria fundamentado
golpe de Estado. Fora esses pontos que vieram à tona em recente
operação da PF, Bolsonaro coleciona uma série de evidências
anteriores de tom golpista.
Ele já foi condenado pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ataques e mentiras sobre o
sistema eleitoral, por exemplo, e é alvo de diferentes outras
investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento,
está inelegível pelo menos até 2030.
Caso seja
processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado,
tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e
associação criminosa, o ex-presidente poderá ser condenado a até
23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de três décadas.
Na
decisão em que autorizou as prisões de aliados do ex-presidente no
início deste mês, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou
que já está comprovada a prática de crimes contra a democracia e
associação criminosa.
Ao longo do mandato, a principal
estratégia de confronto dele foi a de questionar a segurança das
urnas eletrônicas, sistema usado desde 1996 e considerado eficiente
e confiável por autoridades e especialistas no país. Ele nunca
apresentou provas ou indícios para questionar as urnas, mas repetiu
o discurso golpista, visto como tentativa de esconder os problemas do
governo, a alta reprovação e as pesquisas que o colocavam atrás do
hoje presidente Lula. Em várias ocasiões durante o mandato,
Bolsonaro deu a entender que não aceitaria outro resultado que não
fosse a reeleição dele.
Saudosista da ditadura militar
(1964-1985), Bolsonaro reiterou ao longo de anos tendência
autoritária e desapreço pelo regime democrático. O STF foi alvo
preferencial de Bolsonaro ao longo do mandato. Ainda durante o
governo dele, Bolsonaro chamou aliados e participou de diferentes
atos antidemocráticos.
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