Bolsonaro é intimado pela PF a depor sobre trama golpista
A Polícia Federal (PF) intimou Jair Bolsonaro (PL) a prestar depoimento nesta quinta-feira (22), mas a defesa do ex-presidente sinalizou que ele não deve falar. Bolsonaro é alvo de investigação que apura a montagem de trama golpista em 2022 para mantê-lo no poder mesmo após a eleição do presidente Lula (PT).
Os
advogados do ex-presidente afirmaram ao Supremo Tribunal Federal
(STF) que ele optou por “não prestar depoimentos ou fornecer
declarações adicionais” até que tenha acesso integral às mídias
apreendidas nas apurações da PF. Segundo a defesa, Bolsonaro não
abre mão, “por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e
oportuno”.
Além dele, a PF convocou para prestar depoimentos
todas as pessoas que foram alvo de busca e apreensão na operação
Tempus Veritatis, deflagrada no último dia 8, para apurar o caso.
Isso inclui Valdemar Costa Neto, presidente do PL; general Walter
Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a
vice-presidente; general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI); general Paulo Sérgio Nogueira,
ex-ministro da Defesa; general Estevam Cals Theophilo Gaspar de
Oliveira; e Almir Ganier, ex-comandante da Marinha.
A decisão
que autorizou a Tempus Veritatis, afirmam os advogados de Bolsonaro,
contém “excertos de supostas conversas presentes nos celulares
apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório,
mídias as quais a defesa não teve acesso até hoje. O acesso
completo a esses elementos é crucial para que seja garantido o
exercício do seu direito de defesa”, diz a peça, assinada por
Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.
“[Bolsonaro]
tem total interesse em cooperar plenamente com a investigação e
provar sua inocência, contudo sua escolha nesse momento não se
trata apenas da salvaguarda do direito ao silêncio, mas,
primordialmente, da preservação da amplitude do direito à ampla
defesa, cujo pleno exercício está sendo tolhido pelo represamento
de elementos cruciais para a compreensão dos fatos”, acrescenta a
defesa.
A intenção da PF era que Bolsonaro e os outros fossem
ouvidos entre quinta e sexta-feira (23). Durante a operação no dia
8 deste mês, investigadores também prenderam ex-assessores do
ex-presidente e obrigaram Bolsonaro a entregar o passaporte.
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