terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

 Bolsonaro é intimado pela PF a depor sobre trama golpista

A Polícia Federal (PF) intimou Jair Bolsonaro (PL) a prestar depoimento nesta quinta-feira (22), mas a defesa do ex-presidente sinalizou que ele não deve falar. Bolsonaro é alvo de investigação que apura a montagem de trama golpista em 2022 para mantê-lo no poder mesmo após a eleição do presidente Lula (PT).

Os advogados do ex-presidente afirmaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele optou por “não prestar depoimentos ou fornecer declarações adicionais” até que tenha acesso integral às mídias apreendidas nas apurações da PF. Segundo a defesa, Bolsonaro não abre mão, “por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno”.
Além dele, a PF convocou para prestar depoimentos todas as pessoas que foram alvo de busca e apreensão na operação Tempus Veritatis, deflagrada no último dia 8, para apurar o caso. Isso inclui Valdemar Costa Neto, presidente do PL; general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente; general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira; e Almir Ganier, ex-comandante da Marinha.
A decisão que autorizou a Tempus Veritatis, afirmam os advogados de Bolsonaro, contém “excertos de supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório, mídias as quais a defesa não teve acesso até hoje. O acesso completo a esses elementos é crucial para que seja garantido o exercício do seu direito de defesa”, diz a peça, assinada por Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.
“[Bolsonaro] tem total interesse em cooperar plenamente com a investigação e provar sua inocência, contudo sua escolha nesse momento não se trata apenas da salvaguarda do direito ao silêncio, mas, primordialmente, da preservação da amplitude do direito à ampla defesa, cujo pleno exercício está sendo tolhido pelo represamento de elementos cruciais para a compreensão dos fatos”, acrescenta a defesa.
A intenção da PF era que Bolsonaro e os outros fossem ouvidos entre quinta e sexta-feira (23). Durante a operação no dia 8 deste mês, investigadores também prenderam ex-assessores do ex-presidente e obrigaram Bolsonaro a entregar o passaporte.

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