Sem investigação: por onde andam os militares da tentativa de golpe do 8 de janeiro
Um ano após os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, nenhum general ou integrante da alta cúpula das Forças Armadas foi investigado, ou responsabilizado.Oito generais
do Exército e um almirante da Marinha foram citados na CPI dos Atos Golpistas,
no ano passado, com sugestão de indiciamento por crimes de associação
criminosa, golpe de Estado, entre outros. Desde então, nenhuma das apurações
prosseguiu. Os processos estão a cargo da Justiça Militar.
O UOL procurou
todas as autoridades envolvidas. O Ministério da Justiça não respondeu. À
reportagem, a Marinha afirmou apenas que "não se manifesta sobre processos
investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário
Por onde andam
os militares do golpe?
General Carlos
Feitosa Rodrigues, então secretário de Coordenação e Segurança Presidencial.
Nomeado pelo general Augusto Heleno na gestão Bolsonaro, ele seguiu sob Lula e
estava no interior do Planalto durante a invasão. Foi imputado por
"omissão imprópria", pois "tinha a obrigação normativa de
cuidado, proteção e vigilância". É o único na ativa, os outros já passaram
para a reserva
General Carlos
José Russo Assumpção Penteado, então secretário-executivo do GSI. Como
Rodrigues, foi nomeado por Heleno, seguiu no cargo, estava no Palácio e foi
imputado por "omissão imprópria", pois "tinha a obrigação
normativa de cuidado, proteção e vigilância".
General Ridauto
Lúcio Fernandes. Alvo da Operação Lesa Pátria, o militar da reserva se filmou
na Esplanada, participando do ato. "As imagens mostram-no claramente em
frente à rampa do Congresso Nacional", diz o relatório. Foi pedido seu
indiciamento por dano qualificado (arts. 163, I a IV), associação criminosa
(art. 288), abolição violenta do Estado Democrático de Direito (359-L) e golpe
de Estado (359-M). Ridauto chegou a ter um cargo no Ministério da Saúde,
durante a gestão do ministro e general Eduardo Pazuello.
General Augusto
Heleno, ex-GSI de Bolsonaro. Como ministro, "teve acesso, em reuniões
particulares, fora da agenda oficial do presidente, a 'minutas de golpe', sem
que tivesse se insurgido contra a possibilidade de decretação de ações
golpistas", diz o texto. Foi pedido seu indiciamento por associação
criminosa (art. 288), abolição violenta do Estado Democrático de Direito
(359-L) e golpe de Estado (359-M).
General Walter
Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro. "Fez parte do que foi
denominado como o 'QG do Golpe', onde foram discutidas várias ideias de
implementação de planos antidemocráticos". Foi pedido seu indiciamento por
associação criminosa (art. 288), abolição violenta do Estado Democrático de
Direito (359-L) e golpe de Estado (359-M)
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