Por que mulheres não devem aceitar ser candidatas para 'ajudar o partido'
Esta é uma carta aberta destinada a todas as mulheres que foram convidadas a serem candidatas apenas para "ajudar o partido".Em 2024,
teremos eleições municipais, e os envolvidos já começaram o planejamento. Faz
parte da preparação dos partidos pensar nas alianças e em quem irá concorrer e
já apostar naqueles que acreditam ter mais chance de vitória.
Na organização
desse tabuleiro de xadrez, muitos começam a procurar, também, mulheres para
serem candidatas
Essa busca, que
deveria ser um movimento natural da democracia representativa, costuma
acontecer por uma razão legal: os partidos políticos devem lançar, no mínimo,
30% das candidaturas de um dos gêneros. A lei prevê dessa forma.
Na prática,
sabemos que eles raramente vão além do mínimo e que as candidaturas em menor
número são sempre das mulheres. Exemplo: se o partido pode lançar 10 nomes,
deverão ser obrigatoriamente de, pelo menos, três mulheres e sete homens.
Muitas mulheres
— e é para elas que essa carta se destina — são convidadas apenas para permitir
que mais homens sejam lançados. Os partidos não se interessam que elas façam
uma campanha ativa e não planejam destinar recursos e nem materiais. Elas só
devem estar ali no papel, para compor a chapa
Essas
candidatas são chamadas de "laranjas" ou fictícias. Mas saiba que, se
esse for o teu caso, aceitar essa situação pode te trazer inúmeras
consequências. Estas são só algumas delas:
1. Sofrer uma
ação de investigação judicial eleitoral (Aije) e ficar inelegível;
2. A pessoa que
te convidou, se eleita, além de ficar inelegível, perderá o mandato, juntamente
com todos os outros eleitos do partido;
3. Sofrer uma
ação criminal, caso haja repasse de recursos ilicitamente para as candidaturas
masculinas.
É triste saber
que, muitas vezes, esses convites partem de homens que essas mulheres amam e
confiam: o marido, o filho, o irmão .Se essa for a tua situação, sinto muito. Talvez
essa pessoa não saiba o que está lhe pedindo. Infelizmente, talvez ela saiba,
mas não se importe.
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