Políticos cearenses condenam ataques do 8 de janeiro
A última segunda-feira (8) ficou marcada pela lembrança de um ano dos atos violentos de 8 de janeiro de 2023, nos quais uma multidão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiu e vandalizou as sedes dos Três Poderes da República, em Brasília. A data foi lembrada por todo o país, incluindo no Ceará. Políticos, de vários partidos, lembraram do episódio, condenando os ataques e defendendo as instituições democráticas.
O governador Elmano de Freitas (PT), que esteve em
Brasília participando da cerimônia convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) em repúdio ao episódio, falou da importância de defender a
democracia e afirmou que os atos de bolsonaristas naquela data foram uma
tentativa de golpe de Estado. “Hoje, 8 de janeiro, é uma data para relembrar a
importância da defesa constante e irredutível da democracia. Temos o dever de
proteger as instituições e combater os discursos de ódio e a desinformação. Há
um ano, a nossa democracia sofria uma tentativa de golpe. É preciso lembrar
para que nunca mais aconteça”, disse pelas redes sociais.
Atualmente deputado federal pelo Ceará, Eunício
Oliveira (MDB), que já foi senador e presidente do Congresso Nacional, declarou
que “É dever de todos os que defendem o Estado de Direito lembrar o dia 8 de
janeiro como o (dia) da vitória da resistência de toda uma sociedade que tem a
democracia, a constituição, a legalidade e a paz como convicção. Aqueles que
condenam o caos, a desordem, o vandalismo, e que são a maioria da pacífica
população brasileira. Nessa maioria, incluem-se as instituições da sociedade
civil organizada, os três Poderes da República e também as forças de segurança,
inclusive as polícias legislativas, que não aderiram à tentativa de golpe”.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) apoiou punição para
os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Por outro lado, condenou o que ele
considerou o uso político desse episódio. “Os atos de vandalismo e de
depredação do patrimônio público, ocorridos por insubmissão política aos
resultados eleitorais, devem ser punidos exemplarmente, principalmente a partir
dos grandes responsáveis pelo seu financiamento e motivação. Não é o que está
acontecendo. Explorar politicamente o fato deplorável é igualmente desonesto e
é o que está acontecendo.”
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro no Ceará
evitaram comentar sobre o 8 de janeiro. Até o fechamento desta reportagem, um
dos poucos nomes ligados ao bolsonarismo no estado que havia se manifestado
sobre o assunto foi o senador Eduardo Girão (Novo). Ele destacou que assinou,
junto com outros 30 parlamentares, um manifesto público “em defesa da
democracia e da constituição”, em que critica a cerimônia organizada pelo
Governo Federal para repudiar os ataques do 8 de janeiro e defender a
democracia.
Participação de cearenses
Como consequência dos ataques de 8 de janeiro,
mais de 2 mil pessoas foram presas, incluindo um grupo de 26 cearenses. Além
dessas pessoas, o deputado federal André Fernandes (PL) é investigado em
inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) devido a publicações em redes
sociais que supostamente seriam de apoio aos ataques, segundo a Polícia Federal
(PF). O parlamentar nega essa intenção.
Outro cearense conhecido que é investigado é o
blogueiro Wellington Macedo, que cumpre pena por tentar explodir uma bomba no
Aeroporto Internacional de Brasília, dias antes do 8 de janeiro. Macedo foi
candidato a deputado federal pelo PTB em 2022 e já teve um cargo comissionado
no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela
então ministra Damares Alves (Republicanos).
Dia em Defesa da Democracia
No Ceará, a Assembleia Legislativa aprovou no ano
passado a criação do Dia Estadual em Defesa da Democracia, para ser celebrado
exatamente no dia 8 de janeiro. A proposta foi do líder do Governo, deputado
estadual Romeu Aldigueri (PDT), para, segundo ele, “reforçar nosso compromisso
com a defesa dos valores democráticos e a preservação da liberdade que é
essencial para a sociedade”.
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