sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

 

Pacheco reage e diz que Valdemar passa pano para STF

O presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG), reagiu nessa quinta-feira (25) à declaração do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, que chamou o chefe do Legislativo de frouxo diante da operação da Polícia Federal (PF) contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL/RJ), que chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Jair Bolsonaro (PL). Em nota dura contra Valdemar, Pacheco disse que o presidente do PL passa pano quando trata do tema nos bastidores. “Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF [Supremo Tribunal Federal]. E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema”, declarou o senador. Antes, Valdemar afirmou que a operação da PF que mira Ramagem é fruto de perseguição do ministro do STF, Alexandre de Moraes, contra Bolsonaro, defendeu o impeachment de Moraes e disse que Pacheco não atua pelos interesses do Parlamento. Para Valdemar, Ramagem é perseguido pela ligação com Bolsonaro e somente foi alvo da operação porque é pré-candidato a prefeito. “Só porque o Ramagem agora é candidato a prefeito. Ele estava sossegado aí.” Valdemar reclamou da postura do presidente do Congresso, que “não defende a Câmara nem o Senado” e disse que ele já deveria ter “feito o impeachment” de Moraes. “[Moraes] acha que pode fazer o que quer. Sabe por quê? Porque o Rodrigo [Pacheco] é frouxo. Ele sabe que o Rodrigo não vai reagir.” “Ele [Pacheco] tinha que ter tomado providência. Não pode deixar a Polícia Federal entrar aqui na Câmara, não. Se tivesse outro presidente, um Renan [Calheiros] ou Antônio Carlos [Magalhães], mas nem perto eles [a Polícia Federal] passavam. Já tinha aberto o impeachment contra ele de cara. Certo. Ele [Moraes] não respeita o Poder Legislativo. É incrível isso.” Deputado federal e pré-candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro, Ramagem é alvo da PF por suspeita de envolvimento no uso do software espião FirstMile pela Abin. A operação da PF dessa quinta-feira ocorreu com autorização de Moraes. Ramagem é investigado porque os monitoramentos ilegais ocorreram durante a gestão dele e por supostamente ter se corrompido para evitar a divulgação de informações sobre o uso irregular do software. Também são investigados sete policiais na ação, batizada de Vigilância Aproximada. A operação investiga, segundo a PF, uma “organização criminosa que se instalou na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial”. Trata-se da continuação da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023. Suspensão A PF pediu a suspensão do mandato de Ramagem durante a investigação sobre o uso do software espião, mas a medida não teve a adesão da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi negada por Moraes, relator do caso. A corporação argumentou que o deputado teria aproveitado o cargo de parlamentar, como integrante da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, para obter informações sobre as investigações que o envolviam. “As ações do então diretor Alexandre Ramagem no exercício do cargo de deputado federal membro da CCAI são realizadas em descompasso com o bom andamento da presente investigação”, defendeu no relatório do inquérito. A PGR se manifestou contra o afastamento, neste momento, por entender que isso não seria um empecilho às investigações.

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