Morte de PM e eleição levam Senado a debater fim de 'saidinha' de presos
O Senado volta a discutir a extinção da "saidinha" de presos após a morte de um policial militar e na esteira de 2024, ano de eleições municipais. Parlamentares foram alvo de críticas nas redes porque o projeto está parado
O que aconteceu
O tema ganhou visibilidade depois
do assassinato do sargento Roger Dias da Cunha. O PM foi baleado por um detento
que não havia se reapresentado depois da "saidinha" de Natal. O crime
ocorreu na última sexta em Belo Horizonte.
O projeto de extinção do
benefício está parado no Senado desde outubro. A proposta está em discussão na
Comissão de Segurança Pública e aguarda votação.
Relator da proposta, o senador
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) culpa o PT pela demora. Ele reclama que parlamentares
da base governista, principalmente do Partido dos Trabalhadores, agem para
atrasar a tramitação. Seu parecer é favorável ao fim das "saidinhas".
A liderança do PT nega ter
trabalhado contra a proposta. Grupos, majoritariamente bolsonaristas, reclamam
de indiferença em relação ao projeto.
Pacheco nega inércia do Senado
O presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), defendeu a Casa de críticas recebidas pelas redes sociais.
Ele descreveu as ações tomadas durante a tramitação do projeto de extinção da
"saidinha", com audiências públicas e discussões.
Pacheco falou que fatos recentes
exigem reflexão para evitar que o Brasil se torne um país de "absoluta
violência". Mas ele também mencionou a necessidade de um debate
equilibrado
Eleições também interferem no
debate. O assassinato ocorreu em Minas Gerais, estado natal de Pacheco e onde é
cotado para sair candidato a governador em 2026
Fim das 'saidinhas' em discussão
Caso em Minas pressiona
Congresso. Senadores já falam em retomar os debates e discutir o projeto na
Comissão de Segurança Pública.
Até nomes do governo admitirem
mudar a lei. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) afirmou ser correto a Comissão de
Segurança Pública tratar do assunto
Líder do PSB, ele entende que não
deve haver uma extinção completa da "saidinha". Defendeu o
estabelecimento de critérios para que um preso seja liberado em datas festivas
como Natal.
Ministro da Justiça em exercício,
Ricardo Cappelli ponderou que é preciso diferenciar criminosos perigosos dos
demais. Ele acrescentou que líderes de facção devem ter tratamento mais duro
Em entrevista ao UOL, afirmou
ainda que debater o fim da "saidinha" no calor de um caso pode ser
prejudicial. Ele defende um equilíbrio nas discussões e a melhora do sistema de
análise das liberações de presos, já que juízes relatam não saber se a pessoa
citada num processo é um líder de facção ou preso de baixa periculosidade.
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