sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

 Lewandowski assumirá Ministério da Justiça no dia 1 de fevereiro

O presidente Lula (PT) anunciou nessa quinta-feira (11) a indicação do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para assumir o Ministério da Justiça. Ele assumirá o cargo ocupado por Flávio Dino, que deixará a função por ter sido escolhido por Lula e aprovado pelo Senado para o STF.

Dino seguirá no governo até o dia 30, para comandar a transição. O presidente afirmou que Lewandowski terá liberdade para escolher a equipe. “Eu, se fosse técnico

de futebol, não permitiria que o presidente do meu time, por mais importante que fosse, fosse escalar o meu time. O meu time eu que escalo. Se eu perder, me tiram. Se eu ganhar, eu continuo.”

O petista declarou ainda que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, cobrará Lewandowski pela nomeação de mulheres no Ministério da Justiça. Lula afirmou que o decreto de nomeação do novo ministro será publicado no dia 19 de janeiro, mas que a posse ocorrerá somente no dia 1º de fevereiro.
O presidente disse que a data de nomeação foi pedido de Lewandowski “por conta de coisas particulares que ele tem que fazer”. Sobre a montagem da equipe do futuro ministro, Lula declarou que tem por “hábito não indicar ninguém para os ministérios” porque entende que cabe ao chefe de cada um ter liberdade para escolher os auxiliares. No entanto, declarou que ainda conversará com ele “para ver quem fica, quem sai, quem entra”.

O PSB, partido de Dino e do vice-presidente Geraldo Alckmin, vinha pressionando para manter secretarias no Ministério da Justiça ou até mesmo a criação do Ministério da Segurança Pública, sob o comando de indicado do partido: o atual secretário-executivo de Dino, Ricardo Cappelli. Cappelli publicou nas redes sociais que não pediu para deixar o cargo. “Não pedi demissão. Vou sair de férias com a minha família e voltar para colaborar com a transição no Ministério da Justiça e Segurança Pública. União e Reconstrução.”

Lewandowski sempre foi visto como o único ministro do STF que se manteve fiel ao PT até nos piores momentos, como no auge da Operação Lava-Jato, enquanto outros indicados pelo partido ao Supremo deram decisões desfavoráveis ao PT e fizeram acenos à direita nesse período. No anúncio, Lula afirmou conhecer a família de Lewandowski e que achou que a mulher dele não iria deixá-lo assumir o Ministério.
“Graças a Deus, a Lara teve a compreensão de falar para o Lewandowski: ‘eu sei que você quer ir, então vá, meu amor’. E ele ontem me comunicou que aceita ser o novo ministro da Justiça deste país”, disse Lula.

O presidente também recordou a relação dele com o futuro ministro. “Eu conheci o Lewandowski com 28 anos de idade trabalhando na Prefeitura de São Bernardo no governo do companheiro Aron Galante, que era prefeito, médico, que ajudou a gente a fazer o primeiro congresso da CUT [Central Única dos Trabalhadores] em 1983. E tive a honra de ser o presidente que indiquei o nome dele para o STF e ele foi aprovado no Senado de forma extraordinária, com muitos elogios.”

A demora na oficialização ocorreu porque o ministro aposentado do STF vinha trabalhando em nomes da futura equipe e, principalmente, buscava organizar o escritório de advocacia dele. Lewandowski foi indicado em 2006 por Lula ao Supremo, quando era desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele foi recomendado por Márcio Thomaz Bastos, então ministro da Justiça e um dos homens fortes do governo à época.

Segundo o UOL, Lewandowski deixará o caso da J&F, holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista, na maior disputa societária do país. Ele foi contratado pela J&F em maio do ano passado, uma semana depois de deixar o STF, para assumir a posição de consultor sênior do grupo na disputa contra a Paper Excellence pela Eldorado Papel e Celulose.

Nenhum comentário:

Postar um comentário