Janja
se mantém influente em 1º ano de Lula e atua em temas do Legislativo e do
Judiciário
Segundo
relatos, Janja foi bem-sucedida, por exemplo, ao deter cortes mais expressivos
de recursos em áreas que lhe são caras –como a causa animal– na elaboração do
Orçamento de 2024.
A primeira-dama também atuou pelo aumento da presença
feminina no Judiciário, chegando a apresentar nomes de mulheres para a
assessoria de gabinetes de tribunais –embora não tenha discordado da indicação
de Flávio Dino para o STF (Supremo Tribunal Federal) após ver frustrada sua
tentativa de indicar uma jurista para a vaga.
As ideias da primeira-dama
chegaram a exigir o envolvimento de outros ministérios. Foi o caso da
modernização da sala de cinema do Palácio da Alvorada. O Ministério da Cultura
teve que ser acionado para intermediar a cessão de um novo projetor para o Cine
Alvorada, a pedido de Janja.
A
sala de cinema foi reinaugurada em novembro, mais de quatro meses depois de a
primeira-dama planejar novas instalações.
No
último dia 15, a Secretaria de Administração da Presidência se empenhou para
viabilizar uma demanda feita por Janja no mesmo dia: a doação de mercadorias
apreendidas pela Receita Federal a filhos de funcionários terceirizados durante
confraternizações organizadas por Janja nos palácios do Planalto e da Alvorada,
além da Granja do Torto.
A
doação foi autorizada no dia 18. “Considerando a disponibilidade dos bens
solicitados e a inexistência de óbice legal, o pedido de mercadorias foi
atendido”, disse a Receita.
Janja
também atuou para ampliação de recursos destinados à causa animal.
Após
um corte na dotação do programa de implementação da Agenda Nacional de
Proteção, Defesa, Bem-Estar e Direitos Animais em 2023, ela usou da sua
influência junto a líderes governistas do Congresso para garantir uma
suplementação da verba para o próximo ano.
O
programa é de responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente. Em 2023, a
previsão de gastos nessa área era inicialmente de R$ 30 milhões. Mas foi
cortada pela metade.
Por
isso, os ativistas da causa, com apoio de Janja, articularam uma expansão
dessas despesas em 2024. O projeto final aprovado reserva quase R$ 65 milhões,
sendo que R$ 25 milhões foram garantidos em conversas de interlocutores de
Janja com o relator do Orçamento, deputado Luiz Carlos Motta (SP), que é do PL.
Desde
a campanha presidencial, Janja tem introduzido a pauta animal nas agendas de
Lula. No começo de 2022, por exemplo, ele se reuniu com entidades dos direitos
animais. Quando tomou posse, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado
de Janja e da cadela Resistência.
Segundo
aliados de Lula, a primeira-dama foi a idealizadora da sugestão para que a
empresa Itaipu Binacional emprestasse à Presidência da República, na modalidade
de comodato, um carrinho de golfe para locomoção de Lula após a cirurgia no
quadril a que ele foi submetido em setembro.
Ela lidou ainda com o ritmo muitas vezes lento da máquina administrativa.
De
acordo com relatos, Janja se queixou da demora para restauração do relógio
histórico Balthazar Martinot Boulle, que pertenceu a dom João 6º e foi
destruído nos atos golpistas de 8 de janeiro.
O relógio só foi entregue à embaixada da Suíça em 28 de dezembro, após quase um
ano dos ataques golpistas que resultaram na vandalização do item histórico. A
peça será enviada ao país europeu para restauração. O tempo que decorreu para a
celebração do acordo de cooperação foi atribuído aos trâmites burocráticos
necessários.
Essa
não foi sua única reclamação. Apesar de impedida de ocupar um cargo formal na
estrutura do governo, sob pena de o ato ser enquadrado como nepotismo, ela
seguiu despachando diariamente em um gabinete próximo ao de Lula, cumpriu
agendas separadamente do petista e estreou um programa de lives periódicas para
tratar de políticas do Executivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário