Figueiredo contesta baixas no PDT; Torres quer “virar a página”
O presidente nacional interino do PDT, deputado federal André Figueiredo, contestou as baixas que o partido teve no Ceará como consequência do racha no ano passado. Ele afirma que segue em diálogo com os deputados federais. Já no caso dos estaduais, acredita que não saiam da sigla pedetista devido à anulação das cartas de anuência sob o novo comando do partido. As declarações foram dadas na sexta-feira (12), na ocasião da posse da nova comissão provisória que assume a gestão partidária até a eleição do próximo diretório estadual.“O diálogo com eles (deputados federais) permanece, são todos
meus amigos. Dos quatro federais, inclusive, dois já manifestaram claramente
que nem na janela de 2026 querem sair. Os deputados estaduais nós temos ainda a
expectativa de que permaneçam porque todas as cartas de anuência serão
anuladas”, afirmou.
Já em relação aos prefeitos, Figueiredo disse que
vai aguardar o ato de filiação dos dissidentes do PDT que acompanharam o
senador Cid Gomes no processo de desfiliação para ter certeza de quantos
gestores ainda estão no grupo alinhado com o comando atual do partido. “Vários
prefeitos já disseram que não saem, mas a gente tem a convicção de que a
maioria vai sair e acompanhar o senador”.
Em novembro passado, Cid e outros dissidentes do
PDT alinhados a ele decidiram deixar o partido. O grupo vêm buscando uma nova
sigla desde então para migrar coletivamente. Até o momento, o PSB é a legenda
mais cotada. O ato de filiação deve ocorrer em fevereiro. Com a debandada no
PDT Ceará, o partido perde um senador, quatro deputados federais, 14 deputados
estaduais (entre titulares e suplentes), cerca de 40 prefeitos e alguns
vereadores, segundo os números informados pelo grupo de Cid.
Entretanto, impedimentos legais não permitem que
todos migrem de partido de uma vez. Cid e os prefeitos, como ocupam cargos
majoritários, podem mudar de partido sem perder os mandatos. Já os
parlamentares devem iniciar uma disputa na Justiça Eleitoral para não perder o
mandato, pois ocupam cargos proporcionais, ou seja, que pertencem ao partido.
Os deputados estaduais já iniciaram uma ação judicial coletiva para conseguir o
direito de sair do PDT sem perder o mandato.
Já o novo presidente estadual do PDT, Flávio
Torres, quer “virar a página” após a debandada no partido. Foi o que ele disse
em discurso aos colegas de partido durante a posse do cargo, na sexta-feira
(12). “Eu quero que a gente olhe para aquela porta e veja um ‘bocado’ de gente
de costa saindo (…) que Deus os leve, cada qual procure o seu caminho. Nós
vamos tratar de fazer o nosso”, disse, sobre os dissidentes do PDT.
“Se eles quiserem deixar o mandato, é só renunciar
e ir para onde eles quiserem, têm liberdade para ir aonde quiserem”, completou.
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