quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

 Família de Maria Sofia Valim faz campanha por doação de órgãos

Após falecimento ao passar por uma cirurgia de transplante de fígado, a família da influencer Maria Sofia começou uma campanha pública para alertar a sociedade da importância da doação de órgãos no Brasil. A ação que envolverá emissoras, rádios e as redes sociais da família vai servir de conscientização para a população cearense.

A jovem, que era filha da comunicadora e empresária Gaída Dias e do atual prefeito de Caucaia, Vitor Valim, estava passando por um quadro delicado em sua saúde, onde chegou a entrar na fila de espera para transplantes.  

Sofia fazia faculdade de direito e tinha em sua conta no Instagram mais de 100 mil seguidores, onde comentava sobre viagens, lazer e vestimentas, realizando eventos beneficentes com vendas de roupas para as camadas mais pobres de Fortaleza, com um foco especial em crianças carentes da cidade.     

De acordo com Gaída Dias, mãe de Maria Sofia, um dos objetivos da campanha é mostrar que a bondade ainda pode ser feita mesmo após o falecimento de um familiar, ressaltando que o fato traz um consolo para a sua família.  

“Quando uma família passa por uma necessidade de fazer transplante, é um momento de angústia e agonia. Após tudo que vivenciamos, ainda tivemos a partida da minha amada filha, Maria Sofia, por causa disso estamos levantando essa bandeira para alertar e mostrar que qualquer um pode passar pela mesma situação. Então, queremos que  as pessoas percebam, que após a morte de um parente, ela ainda pode fazer algo por outras pessoas, doando os órgãos que têm função. Muitas vidas podem ser salvas. E para salvar, os parentes precisam autorizar. Doar vai trazer paz e alívio tanto para família de quem perdeu como para quem vai receber o órgão”, salientou. 

Atualmente, a legislação brasileira decreta que o transplante de órgãos só pode ocorrer após a autorização da família. Mesmo que o doador declare ainda em vida a sua intenção de fazer a doação, apenas os seus parentes têm a palavra final em relação ao assunto.  Por conta disso, é necessário ocorrer uma comunicação de antemão com os familiares avisando sobre a iniciativa.  

Mesmo com isso, o território brasileiro se destaca por ter a maior taxa de aceitação familiar para doação de órgãos em toda a América Latina, com 58% permitindo doar os órgãos de seus entes queridos falecidos. Cerca de 95% dessas cirurgias são realizadas de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que faz desde atendimentos primários até operações mais complexas.  

Mas o número ainda está abaixo do ideal, grande parte dos brasileiros que necessitam de um transplante são obrigados a passar por uma longa e difícil lista de espera que chegou, segundo o Ministério da Saúde, ao total de 66 mil pessoas que aguardam ansiosamente.   

Para Gaída Dias, os transplantes ajudam diversas pessoas que passam por um momento difícil de angústia, trazendo esperança para diferentes indivíduos.   

“Quatro pessoas receberam os órgãos dela e isso me dá a certeza que podemos fazer algo mesmo quando nossos entes queridos partem para a vida eterna. Através dos transplantes pode-se ajudar diversas pessoas que estão em situação de doença e encontram-se em um angustiante estado de espera por um órgão ou tecido essencial para o funcionamento do seu corpo. Eu gostaria de abraçar aqueles que receberam os órgãos de Sofia, mas devido às regras da doação não sabemos quem são. Só em saber que fomos motivo de esperança já me deixa em paz”, finalizou.  

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