Sabatina
de Dino e Gonet deve ser em formato superficial e inédito
O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB/MA), e o procurador
Paulo Gonet devem ser sabatinados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
do Senado ao mesmo tempo, nesta quarta-feira (13), em formato inédito para os
cargos. Dino foi indicado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) e Gonet, à função de chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR). Sob
o comando do senador Davi Alcolumbre (União/AP), a sabatina conjunta tem sido
comum na CCJ, mas nunca tinha sido usada para ministro do Supremo e
procurador-geral da República. O modelo tem ajudado a agilizar o processo e a
baixar a temperatura, minimizando a possibilidade de embates diretos.
Com isso, reforça uma característica comum à
maioria das sabatinas no Legislativo, a de superficialidade e pouca inclinação
dos parlamentares a fazerem questionamentos mais duros aos indicados. Nessa
configuração, Dino e Gonet devem responder a mais de uma pergunta de uma vez.
Já os senadores, devem ter menos tempo para falar. Apesar do perfil político
combativo de Dino, que levou a discussões generalizadas quando compareceu a
comissões da Câmara neste ano, parlamentares apostam na tradição de clima respeitoso
e sem maiores hostilidades. Aliados do ministro da Justiça também avaliam que
ele fez questão de se encontrar com nomes da oposição que já tinham anunciado
votar contra ele, como forma de quebrar o gelo e garantir que a sabatina ocorra
sem deboche ou ânimos exaltados. Dino deverá ser questionado a respeito da
passagem pelo Ministério da Justiça, do qual já era titular quando houve os
ataques golpistas do 8 de janeiro, e de episódios da vida política dele.
Ex-juiz federal, foi governador do Maranhão por
dois mandatos, presidente da Embratur no governo Dilma Rousseff (PT) e deputado
federal. Em 2022, ele foi eleito para o Senado pelo PSB. Senadores
bolsonaristas levantaram episódios relacionados ao ministro desde o início da
trajetória política como líder estudantil. Diante da perspectiva de aprovação,
a ideia da oposição é tentar confrontar o indicado com o maior número de temas
possível para que eventuais declarações comprometedoras possam ser usadas contra
ele em sua futura atuação. A expectativa é a de que a votação no plenário do
Senado ocorra na própria quarta ou no dia seguinte. Para serem aprovados, os
candidatos precisam do apoio de ao menos 41 dos 81 senadores, em votação
secreta.
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