Regulamentação das redes sociais
ganha força após morte de vítima de fake news
A discussão
envolvendo a regulamentação das redes sociais voltou a ganhar força no país
após a repercussão do caso da morte da jovem Jéssica Canedo. Ministros e
parlamentares governistas usaram as redes sociais para defender o Projeto de
Lei (PL) das Fake News, que está parado na Câmara e enfrenta grande resistência
da oposição.
O ministro dos
Direitos Humanos, Silvio Almeida, defendeu que a regulação das redes sociais é
um "imperativo civilizatório" sem o qual não se tem como falar em
"democracia ou mesmo em dignidade". "A irresponsabilidade das
empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros
irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na política institucional)
nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social
minimamente saudável", disse.
O
próprio ministro tem sido alvo de ataques nas redes sociais. Ele pediu, na
semana passada, que o Ministério Público investigue a autoria de comentários
racistas feitos em suas postagens.
O
líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Zeca Dirceu (PT-PR), cobrou
o avanço da tramitação do projeto. "Isso deve ser prioridade já no início
do ano para o Parlamento". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no
discurso de Natal, também falou sobre o descontrole das redes. "Vamos
combater as fake news, a desinformação e os discursos de ódio. (Vamos)
valorizar a verdade, o diálogo entre as pessoas".
Com o endosso do
presidente, o relator do projeto na Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP),
acredita que o projeto ganhará força no Parlamento a partir de fevereiro e, com
alguns ajustes, pode ganhar adesão de mais deputados para que avance na Casa. Ao
Correio, o parlamentar disse acreditar ser possível votar a matéria. "O
presidente (da Câmara) Arthur Lira (PP-AL) já alertou inúmeras vezes sobre a
relevância da matéria. Penso que, na retomada das atividades da Câmara dos
Deputados, o colégio de líderes poderá conhecer o atual estado da arte e
avaliar a possibilidade de votar a matéria".
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