Municípios
recebem compensação por perdas em FPM
Prefeituras
do Ceará e de todo o Brasil começaram a receber os repasses da recomposição
para as perdas no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), ocorridas de
julho a setembro deste ano. O valor total a ser disponibilizado em todo o país
é de mais de R$ 4 bilhões. Os municípios cearenses devem receber R$ 208
milhões. Os pagamentos começaram a ser feitos no último dia 30.
As informações constam em comunicado da Secretaria
do Tesouro Nacional (STN). De acordo com o que regulamenta a Portaria Normativa
nº 1357/2023, do Ministério da Fazenda, os repasses serão pagos de acordo com a
atual distribuição do FPM. Desses valores repassados, incidirá o desconto de 1%
da contribuição para o Pis/Pasep, segundo o texto.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) enviou
para os gestores municipais em novembro as estimativas de repasses baseadas nos
valores anunciados na lei nº 14.727/2023, que abriu, no Orçamento, o crédito de
R$ 4,2 bilhões para transferência temporária ao FPM, de acordo com os termos da
Lei Complementar nº 201/2023.
ICMS
O mesmo comunicado da STN também anunciou a
liberação da primeira parcela do adiantamento do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) de 2024, com o depósito para os Estados e o
Distrito Federal. De acordo com o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), serão
repassados R$ 8,7 bilhões para as mais de 5,5 mil Prefeituras do Brasil. Para o
recebimento da segunda parcela, prevista para dezembro, os entes deverão
comprovar que efetuaram os repasses aos municípios referentes aos valores
recebidos no dia 30.
Alerta
A CNM fez alerta aos gestores municipais quanto
aos repasses recebidos para a compensação do FPM. A Confederação diz que a
norma que dispõe da recomposição devida pela União, a Lei Complementar nº
201/2023, não é clara sobre a natureza do recurso e as interpretações quanto às
vinculações dessa receita.
“Os recursos decorrentes da recomposição foram
recebidos nas contas públicas como Apoio Financeiro aos Municípios (AFM). Para
os demais rateios constitucionais relativos à saúde e à educação, a CNM aguarda
demais orientações da Secretaria do Tesouro Nacional. Até o momento não houve
manifestação formal do órgão, mas já foi solicitada a interpretação jurídica do
órgão de apoio da União, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional”, diz a CNM.
A Confederação ainda pede “cautela” aos gestores.
“A entidade entende o cenário delicado que os Municípios estão passando e a
importância deste recursos para uso imediato. Mas, a entidade reforça que os
gestores municipais devem aguardar mais orientações para que não tenham suas
contas reprovadas pelo Tribunal de Contas referente à não aplicação dos
recursos nas possíveis vinculações, especialmente neste ano que antecede as
eleições locais.” Ainda segundo a CNM, o órgão central de contabilidade da
União deve editar uma “orientação específica para os adequados registros
orçamentários e contábeis de que trata esta Lei Complementar nos respectivos
Entes”.
Mobilização
De agosto a outubro deste ano, prefeitos e
entidades que representam os municípios se mobilizaram para chamar atenção
sobre a crise financeira enfrentada por gestões municipais de todo o Brasil,
principalmente no Nordeste. Em nível nacional, a CNM foi a principal
organização envolvida na mobilização; no Ceará, coube à Associação dos
Municípios do Estado (Aprece).
Prefeituras em vários estados chegaram a paralisar
atividades, mantendo apenas os serviços essenciais. No Ceará, a paralisação
ocorreu em 173 das 184 cidades. Segundo o movimento, a crise nos municípios se
agravou com a redução nos repasses do FPM. Em julho de 2023, a queda foi de
cerca de 34%. Na época, os gestores pediam o aumento tanto no repasse do FPM
como no ICMS, entre outras pautas.
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