Moro depõe a juiz, mas se recusa a responder a PL e PT
O senador
Sergio Moro (União/PR) prestou depoimento, que durou pouco menos de uma hora,
nessa quinta-feira (7) ao juiz Luciano Carrasco Falavinha Souza, no âmbito da
investigação contra ele no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR), e
negou abuso nos gastos da pré-campanha do ano passado. Moro atendeu às questões
do magistrado, mas preferiu não responder às perguntas dos advogados dos
partidos que moveram a ação de investigação, o PL e a federação formada por PT,
PV e PCdoB.
“Me sinto agredido e não me sinto confortável em participar de um teatro”,
justificou, sobre a recusa em falar com os representantes dos partidos, durante
breve fala à imprensa que estava no local. “Não houve abuso. Participei de uma
eleição muito difícil, mas foi tudo dentro das regras”, disse.
O senador também destacou que o depoimento não era obrigatório, mas que optou
por comparecer em respeito à Justiça Eleitoral e para esclarecer dúvidas do
magistrado. “São ações frívolas do PT, que tem uma animosidade comigo, e, do
outro lado, de um candidato que perdeu as eleições e quer ganhar no tapetão”,
disse Moro em referência ao ex-candidato ao Senado e ex-deputado federal Paulo
Martins (PL), segundo colocado na votação de 2022.
Os partidos pedem a cassação do mandato de Moro por abuso de poder econômico na
campanha e a realização de nova eleição. “Essas ações são um verdadeiro castelo
de cartas. Começam falando levianamente que teria caixa 2, que teria um monte
de ilicitude. Nada foi comprovado porque nada disso existe. O que você tem é um
monte de nada”, disse à imprensa.
Moro também criticou o fato de os partidos considerarem que os gastos com
segurança estão no rol de despesas da campanha. O senador justificou que foi
juiz da Operação Lava Jato, que o país vem de uma “eleição polarizada em que um
dos candidatos foi esfaqueado” e que a atuação dele como ministro da Justiça o
deixava em risco.
“Dizer que gastos com segurança e carro blindado deveriam levar a minha
cassação é absurdo, temerário”, disse ao alegar que não ficou com o carro
blindado, transferido para o acervo permanente do partido, e que todo o aparato
“não traz nenhuma vantagem competitiva em eleições. Pelo contrário, andar com
segurança e carro blindado até soa antipático ao eleitor”.
O depoimento de Moro nessa quinta encerra a fase de instrução do processo, que
deve ir a julgamento no TRE/PR em janeiro de 2024. O senador apresentará as
alegações finais até a semana que vem.
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