segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

 

Milei promete ‘nova era’ e ‘choque’ na economia em 1º discurso como presidente da Argentina

Após receber a faixa presidencial, o novo líder da Argentina, Javier Milei, dirigiu-se a milhares de apoiadores em frente ao Congresso para fazer seu primeiro discurso no comando da nação. Em tom apoteótico, o ultraliberal disse que este domingo (10) inaugura uma nova era no país e comparou sua eleição à queda do muro de Berlim.

“Os argentinos expressaram uma vontade de mudança que já não tem retorno”, afirmou, em um discurso repleto de interrupções por aplausos dos apoiadores, que agitavam bandeiras em frente à escadaria do prédio do Legislativo. “Hoje começa uma nova era na Argentina. Hoje declaramos o fim de uma longa e triste história de decadência e e começamos o caminho da reconstrução de nosso país.”

 

Responsável por derrotar o peronismo no segundo turno há menos de um mês, o ultraliberal começou seu discurso reverenciando a Geração de 37, como ficaram conhecidos pensadores que, diz ele, são uma inspiração, como o intelectual Juan Bautista Alberdi.

 

De “farol de luz do Ocidente” no início do século 20, a Argentina “abraçou as ideias empobrecedoras do coletivismo”, afirmou o novo presidente, recorrendo ao saudosismo da população em relação aos tempos de bonança, em contraste com a persistente crise econômica que abriu os caminhos para a sua vitória.

Após fazer esse breve apanhado da história do país, Milei criticou as escolhas políticas e econômicas das últimas décadas, em um ataque ao que chamou durante a sua campanha de “casta”.

Apesar da manutenção da retórica agressiva, Milei já incorporou ao seu governo parte das figuras que foram seu alvo nos últimos anos. Neste domingo, o ultraliberal escolheu o ex-presidente Mauricio Macri como o primeiro a ser cumprimentado após receber a faixa presidencial e apertar a mão do agora ex-líder da Argentina, Alberto Fernández, e sua vice, Cristina Kirchner.

“Durante mais de 100 anos, os políticos insistiram em defender um modelo que só gera pobreza, estagnação e miséria. (…) Um modelo que considera que a tarefa do político é gerir a vida dos indivíduos em todas as áreas e esferas possíveis”, disse o anarcocapitalista. “Assim como a queda do muro de Berlim marcou o final de uma época trágica para o mundo, estas eleições marcaram um ponto de ruptura na nossa história.”

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