Milei
promete ‘nova era’ e ‘choque’ na economia em 1º discurso como presidente da
Argentina
“Os argentinos expressaram uma vontade de mudança que já não tem
retorno”, afirmou, em um discurso repleto de interrupções por aplausos dos
apoiadores, que agitavam bandeiras em frente à escadaria do prédio do
Legislativo. “Hoje começa uma nova era na Argentina. Hoje declaramos o fim de
uma longa e triste história de decadência e e começamos o caminho da
reconstrução de nosso país.”
Responsável por derrotar o peronismo no segundo turno há menos de um
mês, o ultraliberal começou seu discurso reverenciando a Geração de 37, como
ficaram conhecidos pensadores que, diz ele, são uma inspiração, como o
intelectual Juan Bautista Alberdi.
De “farol de luz do Ocidente” no início do século 20, a Argentina
“abraçou as ideias empobrecedoras do coletivismo”, afirmou o novo presidente,
recorrendo ao saudosismo da população em relação aos tempos de bonança, em
contraste com a persistente crise econômica que abriu os caminhos para a sua
vitória.
Após fazer esse breve apanhado da história do país, Milei criticou as
escolhas políticas e econômicas das últimas décadas, em um ataque ao que chamou
durante a sua campanha de “casta”.
Apesar da manutenção da retórica agressiva, Milei já incorporou ao seu
governo parte das figuras que foram seu alvo nos últimos anos. Neste domingo, o
ultraliberal escolheu o ex-presidente Mauricio Macri como o primeiro a ser
cumprimentado após receber a faixa presidencial e apertar a mão do agora
ex-líder da Argentina, Alberto Fernández, e sua vice, Cristina Kirchner.
“Durante mais de 100 anos, os políticos insistiram em defender um modelo
que só gera pobreza, estagnação e miséria. (…) Um modelo que considera que a
tarefa do político é gerir a vida dos indivíduos em todas as áreas e esferas
possíveis”, disse o anarcocapitalista. “Assim como a queda do muro de Berlim
marcou o final de uma época trágica para o mundo, estas eleições marcaram um
ponto de ruptura na nossa história.”
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