Marinha
usa desativação de navio para pressionar por verba extra
A Marinha usou um evento de desativação de navio em Niterói
(RJ) para alertar para o limite da vida útil das embarcações e pressionar pela
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca garantir que o orçamento da
Defesa do Brasil seja igual ou superior a 2% do Produto Interno Bruto (PIB). A
instituição enviou comunicado à imprensa com informações sobre a cerimônia de
baixa do serviço ativo da Armada do Navio de Desembarque de Carro de Combate
“Mattoso Maia”, realizada nessa quinta-feira (7).No texto, a Marinha citou que o evento marcava o
início do processo de desativação de 43 embarcações, que deve terminar em 2028,
por causa do limite da vida útil dos navios. A nota indica que esse número
corresponde a aproximadamente 40% dos meios operativos da Força. “Diante dessa
realidade, o custo financeiro necessário à manutenção das capacidades dos meios
navais de forma sustentável, sem o adequado provisionamento de recursos, ameaça
o processo de reaparelhamento” da Marinha, diz o comunicado.
O texto cita o comandante da Marinha, almirante
Marcos Sampaio Olsen, que defende a PEC da verba extra. “O texto da PEC da
Defesa guarda razoabilidade, observado o incremento percentual gradual
(0,1%/ano), e atende aos interesses da MB. Estudar possibilidades para permitir
a elevação gradual do orçamento da Defesa é, portanto, determinante para que as
Forças Armadas atinjam a capacidade operacional plena. Ressalta-se, também, que
os investimentos em defesa são intensivos na geração de empregos e no desenvolvimento
de ciência e tecnologia, trazendo inúmeros benefícios sociais para o Brasil”,
conclui o comunicado.
A PEC do orçamento da Defesa foi protocolada pelo
senador Carlos Portinho (PL/RJ), líder do principal partido de oposição ao
governo Lula (PT). A Marinha participou da articulação da proposta e fez
movimentos para mostrar apoio popular a ela. Após ter conquistado apoio da
oposição, a Força agora tenta conseguir respaldo do Palácio do Planalto à
proposta.
Apesar da simpatia do ministro da Defesa, José
Múcio Monteiro, a proposta não é bem vista pela área econômica do governo, que
acredita que uma indexação para o orçamento militar engessará ainda mais o
Orçamento.
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