quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

 

Grupo de Cid tem 6 prefeitos a menos do esperado

Do total de 43 prefeitos de municípios cearenses que haviam combinado de seguir a escolha do grupo liderado pelo senador Cid Gomes (PDT) sobre a mudança de partido, pelo menos seis deles não esperaram e já definiram seu futuro partidário. São eles: Dilmara Amaral (Limoeiro do Norte); Aníbal Filho (Granja); Sebastiãozinho (Chaval); Laís Nunes (Icó); Kennedy Aquino (Uruoca); Dr. Guilherme (Barbalha).

O caso mais recente é o da prefeita em exercício de Limoeiro do Norte, Dilmara Amaral, que anunciou a filiação ao Republicanos na última segunda-feira (25). O presidente da legenda, Chiquinho Feitosa, teve um encontro com a gestora e fez o anúncio pelas redes sociais. “Discutimos sobre as ações que estão sendo realizadas em seu município. E discutimos também sobre política, claro. E em meio a tantas notícias positivas nesse 2023, o finalzinho do ano trouxe mais uma: Dilmara Amaral agora é 10! Seja bem-vinda, Prefeita!”, escreveu.

O Republicanos é um partido que atualmente faz parte da base de apoio ao governador Elmano de Freitas (PT) e chegou a ser apontado como uma opção para o grupo de Cid.
A decisão de Dilmara ocorre ao mesmo tempo em que o grupo de Cid fica cada vez mais próximo do PSB. Dilmara foi eleita como vice do então prefeito José Maria Lucena (PSB), com quem é rompida politicamente. Ela assumiu a Prefeitura após pedido de licença do prefeito, que vinha sendo questionado por estar afastado da gestão municipal. Mesmo com problemas de saúde, ele não entregava o cargo à então vice-prefeita devido ao rompimento político entre os dois.

Uma eventual escolha do grupo de Cid pelo PSB colocaria Dilmara no mesmo partido que seu opositor. Esse, aliás, foi apontado, tanto pelos pedetistas dissidentes como por membros de partidos cotados para recebê-los, como um dos principais impasses para uma filiação em bloco. Afinal, a entrada de um grupo tão grande em uma única legenda poderia facilmente criar embates locais como no caso de Limoeiro do Norte. O problema fica maior se o partido escolhido já está presente em muitos municípios do estado, com quadros formados e competitivos para as eleições de 2024.
Os outros cinco prefeitos que deixaram o PDT e não acompanharam Cid optaram pela filiação ao PT, que também surgiu por um momento como opção ao grupo liderado pelo senador. Outro ex-pedetista próximo de Cid que entrou para o PT foi o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado estadual Evandro Leitão. O próprio Cid também recebeu convites para se filiar ao partido, mas as conversas sobre uma possível filiação em bloco não foram adiante.

A escolha feita pelos prefeitos até então membros do grupo liderado por Cid não foi uma surpresa, segundo aliados do senador. “A gente notava pessoas que poderiam não estar no grupo (…), o que acho que vamos ver agora, não vai deixar de ser uma frustração, mas acredito que já era esperado”, disse o deputado estadual Guilherme Bismarck (PDT), sobre a filiação dos aliados a outros partidos.

Entenda
Em meio ao “racha” no PDT do Ceará, Cid e outros dissidentes decidiram deixar o partido em meados de novembro. O grupo, formado pelo senador, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores vêm buscando uma nova sigla desde então para migrar coletivamente. Em reunião no dia 18 de dezembro, o grupo deixou clara a preferência pelo PSB entre as suas opções; o Podemos também é considerado. A decisão deve ser tomada no início de janeiro de 2024.
Cid e os prefeitos, como ocupam cargos majoritários, podem mudar de partido sem perder os mandatos. Já os parlamentares podem ter a decisão questionada pelo PDT na Justiça Eleitoral, já que ocupam cargos proporcionais, ou seja, que pertencem ao partido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário