Grupo
de Cid tem 6 prefeitos a menos do esperado
O caso mais recente é o da prefeita em exercício
de Limoeiro do Norte, Dilmara Amaral, que anunciou a filiação ao Republicanos
na última segunda-feira (25). O presidente da legenda, Chiquinho Feitosa, teve
um encontro com a gestora e fez o anúncio pelas redes sociais. “Discutimos
sobre as ações que estão sendo realizadas em seu município. E discutimos também
sobre política, claro. E em meio a tantas notícias positivas nesse 2023, o
finalzinho do ano trouxe mais uma: Dilmara Amaral agora é 10! Seja bem-vinda,
Prefeita!”, escreveu.
O Republicanos é um partido que atualmente faz
parte da base de apoio ao governador Elmano de Freitas (PT) e chegou a ser
apontado como uma opção para o grupo de Cid.
A decisão de Dilmara ocorre ao mesmo tempo em
que o grupo de Cid fica cada vez mais próximo do PSB. Dilmara foi eleita como
vice do então prefeito José Maria Lucena (PSB), com quem é rompida
politicamente. Ela assumiu a Prefeitura após pedido de licença do prefeito, que
vinha sendo questionado por estar afastado da gestão municipal. Mesmo com
problemas de saúde, ele não entregava o cargo à então vice-prefeita devido ao
rompimento político entre os dois.
Uma eventual escolha do grupo de Cid pelo PSB
colocaria Dilmara no mesmo partido que seu opositor. Esse, aliás, foi apontado,
tanto pelos pedetistas dissidentes como por membros de partidos cotados para
recebê-los, como um dos principais impasses para uma filiação em bloco. Afinal,
a entrada de um grupo tão grande em uma única legenda poderia facilmente criar
embates locais como no caso de Limoeiro do Norte. O problema fica maior se o
partido escolhido já está presente em muitos municípios do estado, com quadros
formados e competitivos para as eleições de 2024.
Os outros cinco prefeitos que deixaram o PDT e
não acompanharam Cid optaram pela filiação ao PT, que também surgiu por um
momento como opção ao grupo liderado pelo senador. Outro ex-pedetista próximo
de Cid que entrou para o PT foi o presidente da Assembleia Legislativa do
Ceará, deputado estadual Evandro Leitão. O próprio Cid também recebeu convites
para se filiar ao partido, mas as conversas sobre uma possível filiação em
bloco não foram adiante.
A escolha feita pelos prefeitos até então
membros do grupo liderado por Cid não foi uma surpresa, segundo aliados do
senador. “A gente notava pessoas que poderiam não estar no grupo (…), o que
acho que vamos ver agora, não vai deixar de ser uma frustração, mas acredito
que já era esperado”, disse o deputado estadual Guilherme Bismarck (PDT), sobre
a filiação dos aliados a outros partidos.
Entenda
Em meio ao “racha” no PDT do Ceará, Cid e outros
dissidentes decidiram deixar o partido em meados de novembro. O grupo, formado
pelo senador, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores
vêm buscando uma nova sigla desde então para migrar coletivamente. Em reunião
no dia 18 de dezembro, o grupo deixou clara a preferência pelo PSB entre as
suas opções; o Podemos também é considerado. A decisão deve ser tomada no
início de janeiro de 2024.
Cid e os prefeitos, como ocupam cargos
majoritários, podem mudar de partido sem perder os mandatos. Já os
parlamentares podem ter a decisão questionada pelo PDT na Justiça Eleitoral, já
que ocupam cargos proporcionais, ou seja, que pertencem ao partido.
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