Em derrota do governo, Congresso
mantém desoneração da folha
O
dia foi de festa para a oposição. "Derrota acachapante" e
"lavada vergonhosa" foram alguns dos comentários que se ouviam entre
um abraço e outro de deputados que celebraram a derrubada de vetos do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva a temas da pauta da direita. O mais
comemorado foi o que impedia a prorrogação da desoneração da folha de
pagamentos para 17 setores da economia.
Ao
todo, foram apreciadas 34 matérias — entre vetos presidenciais e projetos de
lei. Desse total, 15 foram vetadas, 12 mantidas e seis mantidas parcialmente.
Além da desoneração, outro projeto polêmico tratava do marco temporal das
terras indígenas.
No
caso da prorrogação da desoneração da folha, 378 deputados votaram pela
rejeição do veto integral e 78, contra. Entre os senadores, foram 60 votos pela
derrubada do veto e 13 pela manutenção.
"Era
previsível que o governo sofreria essa derrota esmagadora. Essa matéria já se
consolidou. É um dos poucos temas que unem empregadores e empregados e havia
sido aprovado com ampla maioria na Câmara e no Senado. Ninguém esperava que o
governo vetasse", comentou o autor do projeto, senador Efraim Filho
(União-PB).
Até
o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se posicionou
favoravelmente à matéria, falando a jornalistas, como senador mineiro, antes da
votação. "A desoneração já é uma política existente, com alta
empregabilidade, tudo o que não podemos perder num momento de desemprego no
país. Estamos propondo prorrogar, considero apropriado", disse. Ele
destacou que, caso o governo tenha uma proposta de solução que não prejudique o
setor, deve ser feita com a desoneração prorrogada.
"O
governo continua à disposição para dialogar, mas tem convicção de que essa
medida não resolve o problema do emprego, traz um enorme impacto fiscal para a
União e não atende a todos os setores da economia", sustentou.
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