Atividades
da CPI da Enel seguem até 2024
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga
supostas irregularidades e abusos por parte da Enel Distribuidora de Energia
deve continuar os seus trabalhos por pelo menos mais quatro meses em 2024,
segundo informou nessa quarta-feira (13) o presidente da CPI, deputado estadual
Fernando Santana (PT). Ele confirmou que já tem os votos necessários para
aprovar a prorrogação da CPI e que a proposta para dar continuidade à Comissão
será votada hoje (14). Ele quer que a prorrogação da CPI seja aprovada de forma
unânime entre os parlamentares, assim como foi para a sua instalação. De acordo
com Santana, a CPI instalada pela Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) vai
continuar porque ainda há muito a ser investigado. “A empresa Enel tem,
primeiro, que prestar esclarecimentos”, disse. Ainda segundo ele, os dois
últimos atos da CPI este ano são a prorrogação dos seus trabalhos para 2024 e
uma oitiva para escutar o Secretário Executivo de Energia e Telecomunicações do
Governo do Ceará, Adão Linhares, que se realizou ontem (13).
Para o próximo ano, o presidente da CPI planeja
ainda ouvir representantes do comércio, da indústria, entre outros. “No
retorno, nós vamos convocar também outras oitivas que ainda precisamos
finalizar (…) são tantas outras que foram solicitadas pelos colegas deputados e
aprovadas em nossas reuniões. Nós vamos convocá-las no começo do ano antes da
convocatória com a Enel”, disse. Fernando Santana prevê que a reunião para
ouvir os representantes da Enel ocorra por volta de março, devendo ser a última
da CPI e poderá ser realizada em mais de um encontro. Além disso, a oitiva com
a Enel será mais ampla; poderão fazer questionamentos à empresa não apenas os
deputados, mas também prefeitos de municípios cearenses, jornalistas e
população em geral. “Vamos ouvir a Enel, já quero dizer que a imprensa também
vai participar. Vou convidar vocês (jornalistas) para que vocês tenham também
voz para fazer uma inquisição, fazer perguntas para também tirar as dúvidas da
população”, adiantou o parlamentar. Fernando Santana também falou sobre o que
ele considera como conquistas da CPI até agora. “A Enel já fez um plano de
expansão dizendo no que vai melhorar e já está dando indícios de que vai pedir
perdão ao povo cearense. Tudo isso foi através do trabalho da CPI”.
No entanto, ele adiantou que esse plano de
expansão só será aceito depois que a Enel pedir “perdão”. “Nós não vamos
aceitar que ela apresente esse plano. Ela (a Enel) tem que vir primeiro
responder os questionamentos de deputados, prefeitos, imprensa, população… Após
isso, a CPI entregará o relatório a quem é de direito, pedindo a punição da
Enel. E aí, depois disso, ela vem a esta Casa (Assembleia) pedir perdão ao povo
do Ceará”, detalhou. Além disso, Santana falou que, após todas essas etapas,
quando a investigação da CPI tiver encerrado, ainda deve ser instalada uma
comissão permanente para monitorar a execução do plano apresentado pela Enel.
Resposta Em nota, a Enel diz que foi notificada oficialmente no início de
setembro sobre os trabalhos da CPI instalada pela Alece para investigar a
empresa. A companhia informa que está apresentando todas as informações
solicitadas no prazo determinado e que está aberta para o diálogo com as
autoridades para esclarecer todos os questionamentos. Também afirma que no primeiro
semestre de 2023 investiu cerca de R$ 886 milhões no Ceará, um valor que
representa um aumento de cerca de 23% em relação ao mesmo período do ano
passado, segundo a empresa. Como resultado dos investimentos, a distribuidora
diz ter registrado avanços expressivos nos índices de qualidade medidos pela
agência reguladora do setor elétrico, a Aneel.
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