Por 9×1, STF decide manter Zambelli ré por perseguição
armada
O Supremo Tribunal Federal decidiu que manter a deputada federal Carla
Zambelli (PL-SP) ré por perseguição armada.
O STF finalizou a votação do recurso, analisado no plenário virtual, na
noite desta sexta-feira (24). Como o ministro Gilmar Mendes é o relator, ele
votou primeiro. Os demais ministros tinham até as 23h59 de hoje para votar.
Além do relator, votaram a favor de manter Zambelli ré: Edson Fachin,
Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, André
Mendonça, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso. Os ministros não apresentaram voto
por escrito contra o recurso da deputada. A parlamentar é ré por perseguição
armada em São Paulo na véspera do segundo turno das eleições de 2022.
O único ministro a divergir do voto do relator foi Nunes Marques. Em seu
voto por escrito, o ministro declarou que o STF não tem competência para julgar
o caso e determinou a remessa dos autos à Justiça comum do estado de São Paulo.
Gilmar Mendes disse que “inexistem” vícios apontados no recurso
apresentado pela deputada. “Por mais de uma vez, foi assentada e confirmada a
competência deste tribunal para processamento das investigações e da possível
ação penal voltada aos fatos narrados pela denúncia”, escreveu o ministro.
O relator julgou ser “sem razão” a alegação de que os argumentos da defesa não
foram avaliados. “Sem que a defesa prévia tenha apresentado novos fatos, a
competência do STF para conhecer do presente pedido condenatório já foi
enfrentada”, diz.
Procurada pelo UOL, Zambelli disse que o recurso é “uma etapa processual
de cunho formal” dos advogados dela. Segundo a deputada, ele “não representa
qualquer juízo de valor sobre o caso”. “Seguimos confiantes do desfecho
favorável final desse processo”, acrescentou a parlamentar.
CARLA ZAMBELLI É RÉ DESDE AGOSTO
A deputada federal tenta derrubar decisão que a tornou ré por apontar arma a um
homem negro. O caso aconteceu um dia antes do segundo turno das eleições, em
São Paulo. Em agosto, o Supremo acolheu denúncia da PGR por 9 votos a 2 contra
a deputada. As divergências foram de Nunes Marques e André Mendonça, indicados
por Bolsonaro ao STF.
No vídeo, Zambelli atravessa a rua e entra em um bar com uma pistola
empunhada. A parlamentar alegou que quis se defender após ter sido agredida e
empurrada pelo homem, o jornalista Luan Araújo. Imagens do momento da confusão,
no entanto, mostram que isso não aconteceu. A deputada, na verdade, caiu
sozinha.
Gilmar Mendes determinou que a deputada entregasse a pistola que usou
para perseguir o homem. Ele atendeu um pedido da PGR (Procuradoria Geral da
República). A parlamentar cumpriu a decisão no dia 27 de dezembro.
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