Lula
procura presidente da Comissão Europeia para discutir acordo com Mercosul após
vitória de Milei
Ainda candidato, Milei chegou a afirmar em entrevista que deixaria o
Mercosul, em caso de vitória.
Membros da equipe econômica ouvidos pela reportagem consideram que a vitória
traz mais incerteza para o cenário regional e para o avanço de acordos
comerciais, como a negociação entre o Mercosul e a União Europeia.
Negociada oficialmente desde 1999, a parceria esbarra em novas
condicionantes ambientais pedidas pelos europeus, além de haver divergências do
governo brasileiro sobre prejuízos que as regras podem impor à
reindustrialização do país.
Agora, Lula trabalha para que a mudança de poder no país vizinho não
atrapalhe a concretização do acordo.
Há uma leitura, entre diplomatas e auxiliares palacianos, de que
dificilmente vitória do ultraliberal representaria um retrocesso tão expressivo
nas relações bilaterais entre os dois países, que já estariam consolidadas. A
Argentina é o principal parceiro comercial da América do Sul.
Segundo o governo brasileiro, o Mercosul movimentou US$ 46,1 bilhões no
comércio interno em 2022. Já o intercâmbio comercial com o restante do mundo
foi de US$ 727 bilhões no ano passado, dos quais US$ 398 bilhões referem-se a
exportações. Os principais destinos das vendas do bloco são China, Estados
Unidos e Países Baixos.
Durante a campanha, Milei disse que pretendia limitar o comércio com o
Brasil. Hoje, a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do país, atrás
apenas de China e Estados Unidos.
Neste ano, de janeiro a outubro, o superávit comercial do Brasil com a
Argentina chegou a US$ 4,75 bilhões. No período, as vendas para os argentinos
cresceram 12,5% e atingiram US$ 14,9 bilhões, enquanto as importações caíram
7,1% e chegaram US$ 10,15 bilhões.
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