Justiça
suspende intervenção do PDT nacional no diretório estadual; Cid Gomes volta ao
comando
A derrubada de Cid da presidência estadual é mais um passo no
embate público entre os dois grupos que disputam poder no PDT.
A intervenção foi aprovada na reunião da Executiva Nacional
da legenda, realizada em 27 de outubro de 2023.
O diretório estadual havia pedido a suspensão da resolução do
diretório nacional que determina que todas as cartas de anuência só podem ser
emitidas com autorização nacional. Porém, com relação a isso, o magistrado
negou o pedido, sob a alegação de que seria fundamental ouvir o
contraditório, ou seja, os argumentos da executiva nacional pedetista.
PDT Nacional tinha
destituído Cid Gomes
O
comando nacional do PDT decidiu pela intervenção sobre o diretório do Ceará e
destituiu o senador Cid Gomes da presidência estadual do partido, em mais uma
reviravolta na disputa interna. Não é a primeira vez que o PDT nacional decide
intervir no comando cearense, com o embate se estendendo ao longo das últimas
semanas.
“Já
aprovamos a comissão provisória, que será presidida pelo ex-senador Flávio
Torres”, destacou o deputado federal André Figueiredo, que preside a sigla
nacionalmente e é aliado do ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes. Cid e Ciro
estão em campos antagônicos na disputa pelo poder do PDT Ceará.
Cid havia sido eleito pela maioria
do diretório estadual, após reunião convocada por aliados seus dentro do
partido. A eleição interna chegou a ser contestada na Justiça, pelo grupo
comandado por Ciro e André.
O
capítulo mais recente do embate público entre os dois grupos pedetistas
inaugurou uma nova onda de confrontos (dentro e fora da Justiça) quando
Figueiredo decidiu voltar atrás no acordo que havia sido firmado entre ele e
Cid. Nesse acordo, o deputado, que então acumulava as funções de presidente
nacional e presidente estadual da legenda, abriria espaço para Cid comandar o
PDT cearense até o fim do ano, quando então Figueiredo voltaria ao comando,
apoiado por Cid.
O acordo foi desfeito após uma
reunião do diretório estadual em que o grupo de André ficou insatisfeito com a
condução de Cid, chamando-o de ditador. O conflito teria sido iniciado por uma
tentativa, por parte do grupo de Cid, de pautar a definição de apoio do PDT ao
Governo do Estado, hoje chefiado por Elmano de Freitas (PT). Os aliados de Cid
integram a base governista, enquanto André Figueiredo, Ciro e demais aliados
fazem oposição ao petista.
Na
véspera, nesta quarta-feira (8), o PDT nacional havia revertido decisão votada
no mesmo dia pelo PDT estadual, de conceder cartas de anuência a parlamentares
da sigla, permitindo que eles saíssem do partido sem penalidade legal. A
emissão das cartas havia sido aprovada pelos aliados de Cid, que tentam sair do
PDT para migrar – junto com o senador – para outro partido, em meio aos
conflitos com o comando nacional. Atualmente, as principais opções avaliadas
pelo grupo são o PSB e o Podemos.
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