Com condenações, Bolsonaro ainda será julgado por pandemia e 8/1
O
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acumula condenações judiciais desde que
deixou o governo e ainda deve responder a inquéritos e a uma série de
processos. A maioria das ações vem de atitudes dele durante o mandato,
incluindo o comportamento durante a pandemia da covid-19.
Bolsonaro também foi incluído em procedimentos do Supremo Tribunal Federal
(STF) que investigam supostos incitadores e autores intelectuais dos ataques
golpistas do 8 de janeiro. Dois dias após as invasões em Brasília, o
ex-presidente compartilhou vídeo com acusações sem provas ao STF e ao Tribunal
Superior Eleitoral (STF), mas afirmou ter feito a publicação por engano.
Inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, após acordo de delação do
tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, homologado em
setembro, apura diferentes frentes, incluindo desde a venda de joias
presenteadas por autoridades a Bolsonaro, a suposta falsificação de cartão de
vacina e as circunstâncias de minuta e diálogos de cunho golpista encontrados
no celular do militar. O ex-presidente foi alvo de busca e apreensão e já
prestou depoimento referente a essas investigações.
Também no STF, há inquérito sobre o comportamento do então presidente durante a
pandemia. Em setembro, o ministro Gilmar Mendes anulou decisão da Justiça
Federal no Distrito Federal que havia arquivado parte de investigação sobre
suspeitas de irregularidades e omissões de Bolsonaro e por integrantes da
gestão durante a crise na saúde pública.
Em outra frente, na Polícia Federal (PF), Bolsonaro também era investigado por
incitação ao crime por estimular pessoas a não usarem máscaras e associar o uso
da vacina contra a covid-19 com o desenvolvimento do HIV, vírus da Aids.
Já no TSE, diferentes ações apontam desvirtuamento de eventos oficiais do
governo visando obter vantagem eleitoral, como as que miram o discurso de
Bolsonaro na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e a viagem
dele para o velório da Rainha Elizabeth 2ª. Uma das ações tem como alvo o que
foi chamado de “ecossistema de desinformação bolsonarista” e alega uso das
redes sociais para divulgação de dados inverídicos com finalidade de impactar
as eleições. Outro processo mira os ataques ao sistema eleitoral, incluindo as
ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno.
Tem ainda pedido que questiona a concessão de benefícios sociais às vésperas da
eleição, alegando que seria para influenciar a escolha dos eleitores. São
citadas a antecipação do pagamento do Auxílio Brasil e do Vale-Gás, além do
aumento no número de beneficiários e a liberação do crédito consignado dos
programas.
Condenações
Em junho, o TSE decidiu tornar Bolsonaro inelegível por oito anos. Com a
decisão, ele fica fora de eleições até 2030. A maioria dos ministros votou para
reconhecer o abuso de poder político e o uso indevido dos meios de comunicação
por parte do ex-presidente.
A ação julgada envolveu a reunião em julho do ano passado com embaixadores de
outros países no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Na
ocasião, a menos de três meses da eleição, Bolsonaro fez afirmações falsas e
distorcidas sobre o processo eleitoral, alegando estar se baseando em dados
oficiais, além de buscar desacreditar ministros do TSE.
Em outubro, o TSE condenou Bolsonaro em novo processo, agora devido ao uso
eleitoral do 7 de Setembro de 2022. A maioria dos ministros considerou que
Bolsonaro cometeu abuso de poder e promoveu campanha usando dinheiro público
nas comemorações do Dia da Independência. Na ocasião, Bolsonaro pediu votos,
reforçou discurso conservador, fez ameaças golpistas diante de milhares de
apoiadores e deu destaque à então primeira-dama Michelle Bolsonaro, com
declarações de tom machista.
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