Centrão e oposição se unem para aprovar PEC que restringe atuação do
STF
Senadores da oposição e do centrão se preparam para votar hoje no plenário a PEC (proposta de emenda à Constituição) que limita decisões individuais de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
A proposta proíbe qualquer
ministro de tomar de decisão monocrática, ou seja, sozinho. O projeto foi aprovado em uma votação a jato na CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) e depois discutido no plenário.
O texto, datado de 2021, foi resgatado após tensão entre a Casa e a
Corte e dá andamento a
uma ofensiva dos congressistas contra o Supremo.
Segundo o texto, são proibidas as decisões individuais para
suspender leis com efeitos gerais e
emitidas para suspender atos de chefes de Poderes, ou seja, dos presidentes da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da
República, Lula (PT).
O governo Lula ainda não tem um
posicionamento oficial sobre a proposta. Algumas lideranças governistas já sinalizaram, contudo, que
serão contrárias à matéria. É o caso do líder do governo no Congresso, Randolfe
Rodrigues (sem partido-AP), e do líder do PSD, senador Otto Alencar (BA).
O tema não tem unanimidade e deve abrir discordância em
vários partidos. É o caso do PSD, por exemplo, que tem três ministérios no governo Lula e deve liberar a bancada para decidir.
Para conseguir maioria no colégio de líderes, o relator do
texto, o senador Espiridião Amin (PP-SC), retirou um dispositivo que limitava
os pedidos de vista —um prazo extra para análise de casos. O texto que
será votado deve tratar apenas das decisões individuais.
Inicialmente, o texto determinava que o pedido de vista deveria
ser coletivo e limitado a seis meses, podendo ser renovado por mais três, se
houvesse divergência entre os ministros. Quando o período se esgotasse, o
processo seria reincluído automaticamente no sistema para votação.
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