quinta-feira, 16 de novembro de 2023

 

Cármen Lúcia diz que Judiciário continua preconceituoso e machista

Única mulher na atual composição do Supremo Tribunal Eleitoral (STF), a ministra Cármen Lúcia criticou, nessa terça-feira (14), a falta de igualdade no sistema de Justiça. Ela afirmou que mesmo como juíza também sofre preconceito.

“O Judiciário continua muito preconceituoso em relação às mulheres, machista. Quando se faz concurso público para a magistratura, nós temos acesso porque passamos nas provas, mas nas promoções nós não temos as mesmas condições, em parte porque nós temos realmente uma grande distinção em termos de trabalhos”, disse durante seminário promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A ministra havia sido questionada sobre a representatividade nos espaços de poder e sobre o pedido de movimentos para que o presidente Lula (PT) indique uma ministra negra ao STF. A magistrada não se manifestou em relação ao petista, mas falou a favor da igualdade de condições entre homens e mulheres, classificando o assédio como inconstitucional e destacando a sobrecarga de trabalho feminino. “É preciso que a gente lute por isso [igualdade entre homens e mulheres], porque não há nenhuma boa vontade de quem detém o poder de repartir este poder”, afirmou.
Assim como o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a ministra rebateu críticas de que há ativismo nas decisões do Supremo. Segundo ela, não há decisões judiciais sem embasamento. Vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, que presidirá o TSE nas eleições municipais do próximo ano, defendeu o Tribunal e o papel da imprensa para a realização da votação. “Sem imprensa livre não há eleições democráticas”.
Ela também fez apelo à participação dos jovens nas eleições, chamando a atenção para a importância do processo de votação para a consolidação da democracia no país. “Jovem, vote. Não tenha nenhum momento de preguiça cívica porque o preço será você ter que lutar muito mais pelas suas liberdades”, afirmou.
A ministra também defendeu o princípio da transparência durante as eleições. O TSE alegou segredo de Justiça para negar dados sobre a regra que ampliou os poderes do Tribunal dez dias antes do segundo turno de 2022. Cármen Lúcia deixou o evento sem falar com jornalistas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário