Barroso
volta a criticar PEC do Senado
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís
Roberto Barroso, afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), em
tramitação no Senado e que busca revisar decisões do STF, segue o modelo
ditatorial da Constituição de 1937. “A revisão de decisões do Supremo é
democraticamente inaceitável, é um modelo da Constituição ditatorial de 1937.
Em nenhum país democrático você tem decisões do Supremo revista pelo Congresso,
mas o debate é legítimo e o Congresso é o lugar de isso acontecer.”
A declaração de Barroso ocorreu, nessa
segunda-feira (13), durante seminário promovido pelo jornal O Estado de S.
Paulo. O ministro afirmou ainda que não é o momento de estabelecer mandatos
para integrantes do STF e que a monocratização (decisões individuais) já foi
resolvida por meio de resoluções aprovadas na gestão da ministra Rosa Weber,
que se aposentou em setembro deste ano.
O presidente do STF disse manter o melhor diálogo
possível com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), e que busca
expor que a PEC não deve ser prioridade. “Eu preferiria que não houvesse
mudanças no Supremo neste momento porque passa uma impressão equivocada de que
o problema do país passa pelo STF. Na verdade, as soluções para o país é que
passam”, afirmou.
Na sexta-feira (10), Barroso criticou a decisão do
Senado de avançar com a PEC que questiona os limites da atuação do Supremo,
alegando que o Brasil tem outras prioridades. “O Congresso está fazendo o
debate que é próprio que seja feito no Congresso, mas há muitas coisas para
mudar no Brasil antes de mudar o Supremo. O Supremo como está presta bons
serviços ao país, portanto eu não colocaria no campo das minhas prioridades
mexer no Supremo”, disse.
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