ONU denuncia Israel e Hamas e cobra responsabilização de autores de crimes
Com 4.200
mortos, mais de 1 milhão de pessoas deslocadas, impasse na ajuda humanitária e
parte de Gaza transformada em escombros, a ONU eleva o tom de críticas contra
os responsáveis pelo conflito no Oriente Médio.
Nesta
terça-feira, a entidade denunciou as autoridades de Israel por terem promovido
uma evacuação forçada de milhares de palestinos na Faixa de Gaza, por ataques
indiscriminados contra a população e alerta que violações ao direito
humanitário internacional estão ocorrendo "diariamente". A entidade
também condenou os atos do Hamas em Israel e pediu que os responsáveis das
mortes e sequestros de israelenses sejam identificados e responsabilizados
Numa entrevista
coletiva nesta manhã, em Genebra, a porta-voz da ONU para Direitos Humanos,
Ravina Shamdasani, deixou claro que o argumento de Israel de que o cerco contra
Gaza e os ataques contra civis seriam respostas aos crimes do Hamas não torna
os atos justificados
Porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani
Segundo ela, o número de mortos inclui um "grande número de mulheres e crianças, além de pelo menos 11 jornalistas palestinos, 28 equipes médicas e 14 funcionários da ONU". "Ainda não se sabe quantos corpos mais podem estar enterrados nos escombros", disse.
Outra acusação por parte da ONU se refere aos ataques aéreos de Israel contra Gaza. Segundo Ravina, o número de mortes entre palestinos levanta a preocupação de que os ataques sejam "desproporcionais e indiscriminados".
"Pedimos
às forças israelenses que evitem alvejar civis e objetos civis ou realizar
bombardeios de área, ataques indiscriminados ou desproporcionais, e que tomem
precauções para evitar e, em qualquer caso, minimizar a perda de vidas civis,
ferimentos em civis e danos a objetos civis", disse a porta-voz
Evacuação
forçada é crime
A ONU ainda
denunciou o fato de que, ao forçar uma evacuação dos palestinos, cabia aos
israelenses oferecer abrigo para todos eles. E isso, segundo Ravina, não
ocorreu. Uma vez mais, tais atos seriam considerados como violações
Para a ONU, os palestinos que conseguiram cumprir a ordem de evacuação das autoridades israelenses estão agora "presos no sul da Faixa de Gaza, com poucos abrigos, suprimentos de alimentos que se esgotam rapidamente, pouco ou nenhum acesso a água potável, saneamento, medicamentos e outras necessidades básicas".
"Até o momento, cerca de 400 mil deslocados internos estão abrigados em vários locais, vários deles em prédios da UNRWA. A lei internacional exige que qualquer evacuação temporária legal por parte de Israel, como potência ocupante, de uma área com base na segurança da população ou em razões militares imperativas, deve ser acompanhada pelo fornecimento de acomodação adequada para todos os evacuados, realizada em condições satisfatórias de higiene, saúde, segurança e nutrição", disse .
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