domingo, 15 de outubro de 2023

 

Guerras já renderam o Nobel da Paz! No momento, falta material

 

Palestino carrega menina ferida em bombardeio de Israel em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza

Como objetivo retórico, a pacificação do Oriente Médio existe há mais de 70 anos. Na prática, porém, a tese da coexistência pacífica de dois Estados, um israelense e outro palestino, vem servindo apenas para requentar o humanismo que ressurge a cada novo vernissage de corpos. Implacável, a história comporta-se como uma senhora seletiva. Submete as boas intenções ao filtro da realidade. Depois que o pacifismo percorre o corredor frio da posteridade, sobram duas coisas: a reiteração das guerras e a elevação do monturo de vítima

Há 50 anos, uma incursão militar do Egito e da Síria também pegou Israel desprevenido. Golda Meir, a lendária primeira-ministra israelense, viu-se compelida a renunciar ao cargo nas pegadas da Guerra do Yom Kipur, em 1973, quando as tropas inimigas, aproveitando o dia santificado dos judeus, pela primeira vez submeteram Israel ao risco de derrota. O governo trabalhista de Golda foi acusado de negligência

Em 1978, Anwar Sadat ganhou o Prêmio Nobel da Paz, partilhado com Menahem Begin, primeiro-ministro de Israel. Pouco depois, Sadat foi assassinado por um fanático egípcio. Abriu-se uma nova janela para a paz em 1993. Sob os auspícios dos Estados Unidos, o líder palestino Yasser Arafat, visto à época como o terrorista-mor, firmou com o então primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, o acordo de Oslo.

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