Eleição
para Conselho Tutelar de Fortaleza tem, pelo menos, 30 denúncias de
irregularidades no MPCE
São denúncias relativas a boca
de urna, transporte irregular de eleitores, propaganda irregular, apoio
político, abuso de poder religioso, entre outras motivações
O
Ministério Público do Ceará (MPCE) recebeu ao menos 30 denúncias de
irregularidades neste domingo (1º) de eleição para os Conselhos Tutelares em
Fortaleza. Nos próximos dias, os casos serão investigados.
Segundo
a titular da 7ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude (78ª
Promotoria de Justiça de Fortaleza), Antônia Lima Sousa, as queixas relativas a
boca de urna, transporte irregular de eleitores, propaganda irregular, apoio
político, abuso de poder religioso, entre outras motivações, foram recebidas
pelo contato telefônico disponibilizado pelo MPCE
para essa finalidade.
O
órgão orientou os denunciantes no sentido de reunir informações para embasar o
procedimento. Agora, vai registrar os casos como notícias de fato, a fim de
gerar números para acompanhamento, e encaminhá-los à Comissão Especial do Processo de Escolha dos Conselheiros
Tutelares de Fortaleza.
"A
comissão especial vai avaliar, dar oportunidade de defesa para a parte que está
sendo reclamada e vai julgar. Se, por acaso, eles forem considerados inábeis e
a candidatura for impugnada, então o Comdica, em sede de recurso, pode rever a
decisão da comissão especial. O MP estará acompanhando. Se entender que o
Comdica não foi justo, que persiste a conduta vedada, a gente ingressa em juízo",
explica a promotora.
Por
enquanto, esse é um dado parcial. Há promotores acompanhando as eleições em
todo o Estado, mas ainda não foi fechado um dado geral devido à demora na
conclusão da apuração, entre outros fatores. Segundo o promotor Lucas Azevedo,
que coordena o Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (Caopij), isso deve ser concluído ao longo da
semana.
Orientações
A
presidente da Comissão Especial do Processo de Escolha dos Novos
Conselheiros Tutelares de Fortaleza, Lara Picanço, revela que o Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente da Capital (Comdica), com o
apoio do MPCE, reuniu todos os 178 candidatos durante a campanha para dar
orientações sobre as condutas eleitorais vedadas.
Ela
afirma, ainda, que o colegiado não registrou nenhuma irregularidade ao longo do
dia, apesar de ter sido acionado.
"Tinha
muita gente dando esse suporte. Nós tivemos alguns eventos bem leves: se
algumas pessoas relatavam comportamentos suspeitos, nós já deslocávamos uma
pessoa, que verificava que estava tudo tranquilo. Foi uma coisa bem acompanhada
e bem fiscalizada", informa Picanço.
As
equipes tiveram o apoio da Polícia Militar, da Guarda Municipal e da própria
segurança escolar.
Eleição agitada
Durante
todo o dia, mas principalmente pela manhã, eleitores reclamaram de longas filas
e de desorganização nas seções. Alguns locais de votação precisaram ser
trocados por colégios nas adjacências devido à ausência de mesários, o que
levou, também, à substituição de algumas urnas.
A
orientação da Justiça Eleitoral, que cedeu as máquinas de captação de voto, é
que cada sessão tivesse no mínimo dois e no máximo quatro mesários. Com o não
comparecimento de muitos deles, foi necessário um remanejamento, que causou
alguns transtornos.
Também
deu apoio a todo o processo, desde o início das seleções de candidatos nos
municípios, o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente
(CEDCA-CE). Conceição Nunes, que está à frente do CEDCA-CE, afirma que somente
nesta segunda (2), já com os relatórios tanto dos Conselhos Municipais, quanto
dos promotores, "é que poderemos ter um cenário acerca do processo".
"O
que se conclui até o momento é que o processo foi tranquilo, e positiva a
adesão da sociedade. Há lugares que os portões fecharam às 17h, mas dentro
ainda havia muitas pessoas", diz Conceição.
Além
dos problemas já mencionados, ela informa que quedas de energia dificultaram o
processo em cidades menores. "Eu acompanhei todos os municípios e os que
mais registraram problemas foram municípios pequenos em que sempre acontecem
esses picos de energia e, na maioria das vezes, nos domingos para manutenção.
Carnaubal, na Serra da Ibiapaba, foi um. Estive lá em março e iniciei um evento
sem energia. Sempre acontece", relata.
"As
urnas se resolveram rapidamente porque havia urnas para substituir. Quanto a
questão dos mesários, certamente que, após reuniões de avaliação do processo,
serão apontados os pontos positivos e negativos para no próximo processo fazer
um maior planejamento com mais pessoas envolvidas e suplentes", projeta,
ainda.
O Diário do Nordeste contatou
a Enel para entender os motivos das quedas de energia e o que foi feito depois
disso. Quando houver resposta, a matéria será atualizada. Fonte- Diário do Nordeste
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