A
paz não interessa ao Hamas, nem aos ultraconservadores de Israel
As pesquisas de
opinião apontavam que era grande o risco de derrota de Netanyahu. Mas eis que
de repente, não mais que de repente, o Hamas promove esta carnificina. E os
serviços de informação de Israel, sempre bem informados, se dizem tomados de
surpresa.
É comum chefes de
poderes desgastados procurarem um inimigo externo capaz de unificar a opinião
pública de seus países em torno de si.
No caso do Hamas,
boa parte de suas ações ocorreram quando avançava um acordo entre o governo de
Israel e a Autoridade Palestina, grupo contra o qual disputa o controle da
opinião pública na Faixa de Gaza.
Duas semanas antes
do ataque, o líder em exercício do governo saudita, Mohammed bin Salman, e o
primeiro-ministro israelense haviam afirmado que seus países se aproximavam
"a cada dia" e que estavam "à beira de um acordo, que seria um
salto quântico para a região".
Numa entrevista ao
canal americano Fox News no final de setembro, Bin Salman disse que o novo
acordo com Israel "supriria as necessidades dos palestinos e lhes
garantiria uma vida boa".
Mas agora essa
perspectiva ficou distante. Salman e Netanyahu suspenderam as negociações
Curiosamente, o
Hamas surgiu em 1987 como resultado de uma operação do governo israelense para
dividir e esvaziar a resistência palestina. No início da década de 80 Israel
passou a investir no crescimento da Irmandade Muçulmana, uma organização
egípcia criada em 1928 e da qual o Hamas surgiu como dissidência.
O fato é que, hoje,
a pacificação entre judeus e palestinos não interessa nem ao Hamas, nem aos
ultraconservadores do governo de Israel. Nem mesmo ao Hezbollah outro grupo
extremista que também costuma promover ações a cada vez que Israel se aproxima
do mundo árabe
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