quarta-feira, 11 de outubro de 2023

 

A paz não interessa ao Hamas, nem aos ultraconservadores de Israel


As pesquisas de opinião apontavam que era grande o risco de derrota de Netanyahu. Mas eis que de repente, não mais que de repente, o Hamas promove esta carnificina. E os serviços de informação de Israel, sempre bem informados, se dizem tomados de surpresa.

 

É comum chefes de poderes desgastados procurarem um inimigo externo capaz de unificar a opinião pública de seus países em torno de si.

 

No caso do Hamas, boa parte de suas ações ocorreram quando avançava um acordo entre o governo de Israel e a Autoridade Palestina, grupo contra o qual disputa o controle da opinião pública na Faixa de Gaza.

 

Duas semanas antes do ataque, o líder em exercício do governo saudita, Mohammed bin Salman, e o primeiro-ministro israelense haviam afirmado que seus países se aproximavam "a cada dia" e que estavam "à beira de um acordo, que seria um salto quântico para a região".

 

Numa entrevista ao canal americano Fox News no final de setembro, Bin Salman disse que o novo acordo com Israel "supriria as necessidades dos palestinos e lhes garantiria uma vida boa".

 

Mas agora essa perspectiva ficou distante. Salman e Netanyahu suspenderam as negociações

Curiosamente, o Hamas surgiu em 1987 como resultado de uma operação do governo israelense para dividir e esvaziar a resistência palestina. No início da década de 80 Israel passou a investir no crescimento da Irmandade Muçulmana, uma organização egípcia criada em 1928 e da qual o Hamas surgiu como dissidência.

 

O fato é que, hoje, a pacificação entre judeus e palestinos não interessa nem ao Hamas, nem aos ultraconservadores do governo de Israel. Nem mesmo ao Hezbollah outro grupo extremista que também costuma promover ações a cada vez que Israel se aproxima do mundo árabe

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