Após aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, o plenário da Casa aprovou, por 58 votos a 18, a indicação do advogado Cristiano Zanin para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
O advogado foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski.
O advogado, que defendeu o presidente na Operação Lava Jato, foi sabatinado pela CCJ do Senado, presidida por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A sabatina começou às 10h10, e o resultado da votação no colegiado foi proferido às 17h58. Além de senadores, autoridades como o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, e do Superior Tribunal Militar, tenente-brigadeiro do ar Francisco Joseli Parente Camelo, e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, compareceram.
Antes de começar a responder às perguntas, o indicado leu um discurso de aproximadamente 23 minutos.
Foram 32 os senadores que discursaram e fizeram perguntas na arguição - além de Omar Aziz (PSD-AM), Jaques Wagner (PT-BA) e Alcolumbre, presidente da comissão, que no fim da sequência fizeram pronunciamentos rápidos. Era permitida réplica e tréplica, mas o uso desses recursos foi raro.
SABATINA
Zanin ganhou notoriedade nacional por ter sido advogado do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos processos da Lava Jato, que levaram Lula à cadeia por 580 dias. O trabalho colocou o advogado contra o então juiz Sergio Moro, responsável pela operação. Hoje, Moro é senador pelo União Brasil do Paraná e participou da sabatina. O advogado tornou-se pessoa de confiança do petista.
Na sabatina, Zanin não negou a relação com Lula, mas fez o possível para diminuir a importância da defesa do petista em sua carreira profissional - focou suas falas na sua trajetória no direito empresarial.
Zanin disse que não será subordinado a ninguém, só à Constituição. Afirmou que a busca pela imparcialidade em julgamentos foi constante em sua carreira.
O advogado disse que Lula o indicou para a vaga no Supremo pelo seu trabalho como advogado. Também afirmou que observará os procedimentos de impedimento em processos que não tenha condições de julgar no Tribunal, e mencionou causas em que trabalhou como advogado. Ele disse, porém, que possíveis motivações de impedimento em casos da Lava Jato precisam ser analisados caso a caso. Zanin afirmou que sabe a diferença entre o papel de advogado e o de ministro do STF.
Fonte: Diário do Nordeste
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