Nesta quinta-feira, 13, o prefeito de Fortaleza, José Sarto, anunciou um novo pacote de investimentos para a Rede Municipal de Saúde. O projeto, orçado em aproximadamente R$ 130 milhões, inclui a construção de 16 novos postos de saúde, a reforma de outros 96, a requalificação de outras 8 unidades e a construção de quatro novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Além disso, as seis Unidades de Pronto Atendimento (UPA) que são gerenciadas pelo Município serão reestruturadas; nove farmácias polo serão implementadas e 89 médicos serão chamados para compor a Atenção Primária.
De acordo com a Prefeitura, as iniciativas previstas no plano devem beneficiar principalmente as regiões mais vulneráveis da capital. “Hoje é o marco zero de grandes realizações na atenção básica de Fortaleza. Vamos presentear nossa cidade”, declarou o gestor. O objetivo principal é garantir mais qualidade e eficiência nos serviços à população, bem como proporcionar melhores condições de trabalho para os profissionais da área, o que já vinha sendo cobrado por eles há algum tempo.
Em dezembro do ano passado, por exemplo, o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Dr. Leonardo de Alcântara, relatou ao Jornal O Estado que dificuldades estruturais estavam sendo enfrentadas nos postos da capital. “Há paredes de salas mofadas, inclusive, salas onde são feitos testes de covid. Algumas unidades também não dispõem de ventilação, há janelas quebradas, faltam roupas de cama, travesseiros e roupas limpas, configurando um ambiente insalubre e inadequado”, detalhou.
Em janeiro de 2023, o Sindicato chegou a lançar uma uma campanha com o objetivo de denunciar a situação vivida em algumas unidades. Sobre o novo pacote anunciado, o Dr. Alcântara afirma que a saúde é feita de estrutura física, insumos consumíveis e de profissionais qualificados. “Esse dito ‘pacotão’, só resolve um dos três problemas: o estrutural. Falta uma solução para a cadeia de suprimentos, principalmente medicamentos, que têm faltado nessas unidades de forma recorrente, e, também não foi anunciado nada para os profissionais”, detalhou, relembrando a questão sobre a jornada de trabalho que está sendo debatida há meses e, segundo ele, até o momento ainda não foi solucionada a contento. “É um pacote incompleto”, opina.
A gerente jurídica do Sindicato dos Médicos do Ceará, Dra. Thaís Timbó, defende que o anúncio deveria ter sido feito após um debate com as entidades de classe e com os servidores. “Esperamos que seja bem utilizado […] Esperamos que os PCCS sejam reestruturados conforme uma promessa do próprio prefeito Sarto e que a gente consiga ver, de fato, uma mudança na saúde. Infelizmente, hoje, a gente está vendo uma precarização na saúde de Fortaleza, vínculos precários dos profissionais, atrasos salariais recorrentes e poucos profissionais à frente das unidades. Temos muitas expectativas. Cabe ainda, o prefeito chamar as categorias para que a gente possa discutir como seria melhor aplicado. O nosso intuito é ajudar na melhoria da saúde de Fortaleza”, sugere.
Conforme anunciado pela gestão, a Secretaria de Municipal da Infraestrutura (Seinf) irá construir as 16 Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) até o segundo semestre de 2024. As obras, no entanto, devem ser iniciadas ainda este ano. “Algumas intervenções já foram iniciadas e outras já estão em processo de contratação. Essas obras irão expandir espacialmente o atendimento, podendo atender melhor a população, que precisará se deslocar menos”, pontuou o titular da secretaria, Samuel Dias.
Quanto à reforma das unidades já existentes, a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger), realizará os serviços por blocos compostos por oito postos. Os primeiros serão o Maria José Turbay Barreira, no bairro Vila União; o Waldemar Alcântara, no Jóquei Clube; o José Walter, no bairro homônimo; o Benedito Arthur de Carvalho, localizado no Luciano Cavalcante; o Frei Tito, na Praia do Futuro; o Virgílio Távora, no Cristo Redentor; o João XXIII, no bairro de mesmo nome; e Monteiro de Morais, na Sapiranga.
Os oito postos que serão totalmente requalificados são o Pio XII, do bairro São João do Tauape; o Torres de Melo, no Manoel Sátiro;o Pedro Celestino, na Maraponga; o Maciel de Brito, no Conjunto Ceará; o Anastácio Magalhães, no Rodolfo Teófilo; o Carlos Ribeiro, na Jacarecanga; o Floresta, que fica no Álvaro Weyne; e o Fausto Freire, localizado no Parque Santa Maria. Entre os CAPS anunciados, dois serão para acolhimento infantil e um deles, com localização já confirmada, será construído no bairro Granja Portugal.
Fonte: O Estado
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