segunda-feira, 7 de novembro de 2022

O que está em jogo no novo desenho político do Nordeste após as eleições de 2022

 


Com o resultado das urnas consolidado, o Nordeste ganhou protagonismo nacional pela expressiva votação no presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai assumir a Presidência da República em 1º de janeiro para um terceiro mandato.

Com a recondução de Lula ao Poder Executivo Federal após 12 anos fora do cargo, a eleição deste ano se torna histórica por ser a primeira em que um mandatário em exercício disputa a reeleição e não é reeleito no Brasil, caso de Jair Bolsonaro (PL). 

Outros fatores também colaboram para o pleito deste ano também ter mais destaque nos livros de história, tendo em vista que Lula retoma o Poder após ficar 580 dias preso, de 7 de abril de 2018 a 8 de novembro de 2019, sob a acusação de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato enquanto governou o País (2003-2010). As condenações, no entanto, foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, por suspeição da Justiça Federal em Curitiba no julgamento dos casos.

Com os direitos políticos retomados, Lula foi eleito neste ano após uma acirrada polarização com o presidente Jair Bolsonaro. A análise é de especialistas ouvidos pela reportagem.

A polarização, inclusive, culminou em ataque do atual presidente e apoiadores ao Nordeste, região que historicamente demonstra preferência por governos de centro-esquerda. Aqui, o destaque em 2022 veio pelo alto percentual de votos depositados em Lula no segundo turno: 69,34% (24.089.835), com ganho em todos os 9 estados, contra 30,66% (9.954.047) de Bolsonaro. A quantidade de votos obtidas por Lula no Nordeste representa 39,9% dos 60 milhões de eleitores que elegeram o petista.

Além disso, no Nordeste, todos os governadores eleitos são alinhados ao novo presidente do Brasil, ainda que em alguns estados, como Pernambuco e Sergipe, os candidatos vencedores tenham evitado entrar na polarização pelo Poder Executivo Federal, mantendo a neutralidade e derrotando os postulantes que era publicamente apoiados pelo PT. 

Nem Raquel Lyra (PSDB), eleita governadora de Pernambuco, nem Fábio Mitidieri (PSD), eleito governador de Sergipe, fizeram palanque para Bolsonaro durante a campanha eleitoral nos estados. Assim, a perspectiva é que a região retome o alinhamento político e administrativo com o Governo Federal – o que não havia na gestão atual.

ALINHAMENTO
Dos nove governadores eleitos no Nordeste, sete apoiaram explicitamente a eleição de Lula. Os outros dois que não apoiavam, também não fizeram palanque para Bolsonaro e são de partidos que se aliaram ao petista em outros estados ou não se envolveram na disputa nacional.

Além disso, quatro governadores foram eleitos ainda no primeiro turno na região, demonstrando a força de gestões locais que defendiam o petista. São eles: Elmano de Freitas (PT), eleito para o primeiro mandato à frente do Governo do Ceará; Fátima Bezerra (PT), reeleita no Rio Grande do Norte; Carlos Brandão (PSB), reeleito para o Governo do Maranhão; e Paulo Dantas (MDB), reeleito para o Governo de Alagoas.

Fonte: Diário do Nordeste


Nenhum comentário:

Postar um comentário