quarta-feira, 13 de julho de 2022

'PEC Kamikaze' é aprovada em 1º turno na Câmara dos Deputados


A Câmara Federal aprovou, na noite desta terça-feira (12), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) batizada "PEC Kamikaze". O texto passou na Casa em primeiro turno, com 393 votos favoráveis e somente 14 contrários.

Devido a um "apagão" no sistema de votação remota e problemas no acesso à internet, a sessão foi suspensa pelo presidente Arthur Lira (PP-AL) logo depois, enquanto os deputados analisavam os destaques do texto e sugeriam alterações para o texto-base.

Os trabalhos devem ser retomados nesta quarta (13), quando os parlamentares voltarão a se debruçar sobre as mudanças necessárias antes da votação em segundo turno.

A PEC
Articulada pelo Palácio do Planalto com a base governista no Congresso, a proposta aumenta o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 por mês, amplia o Vale-Gás e estabelece um auxílio de R$ 1 mil mensais para caminhoneiros.

A votação acontece às vésperas das eleições e as mudanças devem ser aplicadas ainda neste ano, quando, até então, por lei, não eram permitidas. O impacto previsto no orçamento da União com as mudanças é de R$ 41,2 bilhões fora do teto de gastos — a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior.

Para "justificar" os benefícios, a proposta pretende decretar "estado de emergência" no País.

TRAMITAÇÃO
Aprovada no Senado em 30 de junho, a PEC teve sua tramitação acelerada na Câmara por meio de manobras regimentais. O Governo tem pressa para pagar as benesses, que são vistas pela campanha de Bolsonaro à reeleição como uma forma de alavancar sua popularidade.

Hoje, o chefe do Executivo aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Não vejo como classificar a PEC de eleitoreira, porque ela é fruto de uma discussão que não começou agora", disse o relator da proposta no plenário, deputado Christino Áureo (PP-RJ). "Está sendo discutida neste momento porque o mesmo Parlamento, que teve o protagonismo lá atrás, ao instituir o Auxílio Emergencial, Auxílio Gás e aprovou a Lei que impede o despejo de famílias pobres e vulneráveis durante a pandemia, tem que assumir essa responsabilidade agora também", emendou.

Na última quinta-feira (7), Lira levou a PEC ao plenário após aprovação em comissão especial. Depois, contudo, o deputado decidiu adiar a votação.

Fonte: Diário do Nordeste


 

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