A menos 76 dias das eleições, Bolsonaro e a equipe concentram forças no fechamento de acordos ainda indefinidos nos maiores colégios estaduais do país e pretendem ultrapassar o petista Luiz Inácio Lula da Silva até o meio de agosto. O foco é a região Sudeste, que concentra 42,64% do eleitorado nacional, contando ainda com o impulso da recente vitória governista com a aprovação da PEC das Bondades. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que, mais uma vez, a maior parte do eleitorado brasileiro é composta por mulheres e, por isso, o presidente tem sido aconselhado pelo comitê de campanha a aumentar a ofensiva, acenando ao público feminino, onde não é popular.
Em São Paulo, principal colégio eleitoral, que concentra 22,16% de todos os eleitores, o candidato de Bolsonaro ao governo é o ex-ministro Tarcísio Freitas (Republicanos). O palanque foi fortalecido após o PSD declarar no começo do mês que vai apoiar a candidatura, tendo o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD) como vice na chapa. Porém, Gilberto Kassab, presidente nacional da sigla, defende que o partido se mantenha neutro na disputa presidencial, mas entre Lula e Bolsonaro, deve apoiar o petista. A aposta de Bolsonaro está em maior exposição com a campanha de Tarcísio e, consequentemente, ampliar a base eleitoral. No Senado, o recuo do apresentador José Luiz Datena (PSC), causou disputa interna pela vaga, tendo como possíveis candidatos a deputada Carla Zambelli (PL-SP), o deputado Marco Feliciano (PL-SP) ou o ex-ministro Marcos Pontes (PL).
O fator Minas
Minas Gerais, o segundo maior eleitorado com 10,41% do total de eleitores, tem histórico decisivo nas eleições. Desde 1989, quem ganha no estado leva a cadeira do Palácio do Planalto. Bolsonaro esteve em Juiz de Fora, na última semana, onde explorou o caso da facada sofrida em 2018 durante a pré-campanha. Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, em levantamento divulgado no último dia 15 sobre as intenções de voto em Minas, Lula aparece com 42%, oito pontos de vantagem sobre o presidente, segundo colocado, com 34%.
Após negociações frustradas com o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), que tentará a reeleição e que declarou apoio ao presidenciável de seu partido, Luiz Felipe D'Ávila, o presidente deve lançar o senador Carlos Viana (PL) ao Palácio Tiradentes. Já o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL), ex-ministro do Turismo, é o nome cotado para concorrer ao Senado na chapa com Viana. Uma das razões apontadas é a de que a forte rejeição de Bolsonaro em Minas poderia prejudicar Zema, que é o candidato mais bem posicionado nas pesquisas com 45,7% contra Alexandre Kalil (PSD) com 27,4%. O cenário prejudica Bolsonaro, uma vez que contava com a visibilidade política local.
Fonte: Correio Braziliense
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