O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, na noite desta quinta-feira (23/6). O chefe do Executivo disse que se arrepende de ter falado que colocaria a “cara no fogo” pelo aliado, mas que ainda acredita que o ex-chefe do MEC é inocente na investigação — que apura um suposto esquema para liberação de verbas da pasta.
“Eu falei lá atrás que colocava a cara no fogo por ele. Eu exagerei, mas eu boto a mão no fogo pelo Milton. Assim como boto por todos os meus ministros. Porque o que eu conheço deles, a vivência, dificilmente alguém vai cometer um ato de corrupção”, declarou o presidente, durante tradicional transmissão ao vivo nas redes sociais.
Bolsonaro também criticou a atuação do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, que determinou a prisão de Ribeiro. O presidente citou quando o magistrado ordenou que ele fosse obrigado a usar máscara em espaços públicos e comércios do Distrito Federal.
“O juiz que decretou a prisão foi o mesmo que ano passado deu uma sentença, uma liminar, cada vez que alguém me visse na rua, sem máscara, me multasse em R$ 2 mil. Olha, sem comprovação científica na rua nenhuma sobre a máscara”, alegou Bolsonaro.
A "comprovação científica" citada por Bolsonaro, contudo, é falsa. O uso de máscaras de proteção facial é recomendado por especialistas da área de saúde. Inúmeros estudos publicados ao longo da pandemia de covid-19 comprovam a eficácia do acessório contra a disseminação da doença.
O presidente ainda acusou Borelli de atuar contra o governo federal. “Várias outras ações inclusive contra o secretário da Fundação Palmares, também uma pancada nele, e várias outras ações contra o governo. E não é competência dele isso aí”, disse durante a live.
No entanto, o juiz possui uma lista de despachos que desagradaram políticos de diferentes partidos. O magistrado já ordenou o bloqueio de bens do ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos) e determinou que o ex-deputado Rocha Loures (MDB-PR) devolvesse salários recebidos.
Em 2016, na 20ª Vara Federal, Renato Borelli condenou o ex-deputado João Paulo Cunha (PT) e o empresário Marcos Valério, envolvidos no escândalo do Mensalão. O juiz também acatou a queixa-crime da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) contra o ex-presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo pelos crimes de difamação e injúria, em março deste ano.
Fonte: Correio Braziliense
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