O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar, sem provas, a integridade das eleições e do processo eleitoral brasileiro na tarde desta segunda-feira (16), durante evento com empresários da área de alimentos e bebidas em São Paulo.
Em discurso de aproximadamente uma hora, Bolsonaro declarou que "tudo pode acontecer" e citou "eleições conturbadas" ao se referir às eleições de outubro.
"O Brasil tem jeito, vocês foram excepcionais nessa pandemia, mas tudo pode acontecer. Podemos ter outra crise, podemos ter umas eleições conturbadas. Imagine acabarmos as eleições e pairar para um lado ou para o outro as suspeição [sic] que elas não foram limpas? Não queremos isso", disse o presidente.
Na última semana, o TSE realizou teste de segurança das urnas eletrônicas e, no dia 9, respondeu as recomendações feitas pelo Ministério da Defesa acerca do sistema eleitoral. Não há evidência de nenhuma fraude nas urnas ou no processo eleitoral.
Embora autoridades repitam diariamente que as urnas são seguras e de o próprio Bolsonaro já ter admitido que não tem elementos para apontar irregularidades, o presidente da República persiste na estratégia de criar suspeitas sobre o processo eleitoral.
A propósito, nesta segunda entidades e organizações da sociedade civil entregaram carta ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Edson Fachin, em “repúdio” aos ataques do presidente ao sistema eleitoral.
Na carta, o grupo afirma que é “inadmissível” que Bolsonaro atue de “forma exatamente oposta a seus deveres jurídicos e institucionais, atacando de forma periódica, reiterada e sistemática o sistema eleitoral brasileiro, dirigindo-lhe críticas infundadas, dúvidas e afirmações desprovidas de respaldo técnico e racional”.
As entidades ainda dizem que não vão aceitar a “condição de reféns de chantagens e ameaças de ruptura institucional”.
Sistema eleitoral é seguro
Na semana passada, o presidente do TSE, Edson Fachin, sem citar Bolsonaro, defendeu a segurança das urnas eletrônicas e cobrou que todos os Poderes "digam, sem subterfúgios, que vão respeitar o processo eleitoral de outubro de 2022". Afirmou ainda que não permitirá "a subversão" do processo.
Fachin declarou ainda quem trata das eleições são as "forças desarmadas": "Quem trata de eleição são forças desarmadas e, portanto, dizem respeito à população civil, que de maneira livre e consciente escolhe seus representantes. Logo, diálogo sim, colaboração sim, mas a palavra final é da Justiça Eleitoral".
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