De todas as bancadas estaduais na Câmara dos Deputados, a do Ceará foi a que reuniu, proporcionalmente, o maior número de parlamentares contrários à PEC dos Precatórios. Apesar do esforço da maioria dos deputados cearenses para barrar a matéria, o texto-base da proposta acabou sendo aprovado com 323 votos favoráveis em segundo turno na noite de terça-feira (9). Agora, a matéria precisa passar por mais duas votações no Senado.
Dos 22 deputados federais do Ceará, apenas sete votaram a favor da PEC. Os 15 votos contrários representam 68% da bancada. Além da cearense, só a bancada de Pernambuco votou, em sua maioria, contra o texto-base. Dos 25 deputados pernambucanos, 13 se manifestaram contra a matéria – uma rejeição de 52% –, dois se abstiveram e dez votaram favoráveis à proposta.
No caso do Ceará, a votação em segundo turno do texto-base atingiu maior rejeição, se comparada à do primeiro turno, que ocorreu no dia 5 de novembro. A mudança entre os dois cenários se deu por conta do PDT.
O FATOR PDT
O partido, inicialmente, costurou um acordo para abrandar trechos da PEC. Na primeira votação, 15 dos 24 parlamentares do PDT na Câmara votaram a favor da matéria. Na bancada cearense, cinco dos quatro deputados seguiram a tendência nacional. O único voto divergente foi de Idilvan Alencar (PDT).
Esse apoio causou reação de parte do eleitorado pedetista, que criticou a decisão da legenda. O clima no partido ficou ainda mais delicado quando o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) decidiu suspender sua pré-candidatura à Presidência da República por discordar do posicionamento dos correligionários na Casa.
Na última terça, o partido promoveu um realinhamento interno e recuou da orientação inicial, indicando que os deputados votassem contra a PEC no segundo turno.
Fonte: Diário do Nordeste
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