Vereadores de Fortaleza que pretendem disputar vagas de deputado federal ou estadual nas eleições de 2022, avaliam que a reforma eleitoral sem a volta das coligações proporcionais, aprovada nesta quarta-feira (22) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, não deve atrapalhar as estratégias políticas do próximo ano.
Os parlamentares que já foram eleitos sem coligações no ano passado dizem preferir que a regra atual seja mantida nas eleições proporcionais, ou seja, para os cargos de vereador e deputado. Alguns avaliam ainda que tratar do assunto no Congresso Nacional após menos de um ano de implementação da proibição das coligações pode confundir o eleitor.
COLIGAÇÕES
Levantamento feito pelo Diário do Nordeste ainda em julho mostra que pelo menos 13 vereadores - 30% da composição da Câmara de Fortaleza - conversam com os respectivos partidos e articulam nos bastidores candidaturas à Assembleia Legislativa ou à Câmara dos Deputados em 2022.
Em agosto, a Câmara aprovou a volta das coligações proporcionais para o ano que vem. Na CCJ do Senado, o tema chegou por meio da mesma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que foi aprovada na comissão. O ponto que trata sobre as coligações, porém, foi rejeitado no texto.
A expectativa é que o entendimento seja mantido no plenário do Senado. Por ser uma alteração na Constituição, a proposta precisa ser aprovada em dois turnos por, pelo menos, 49 senadores. A relatória da matéria na CCJ é da senadora Simone Tebet (MDB-MS).
REPERCUSSÃO NA CÂMARA
Pré-candidato a um assento na Assembleia Legislativa do Ceará, o presidente da Câmara de Fortaleza, vereador Antônio Henrique (PDT), avalia que não haverá dificuldades em manter o fim das coligações.
"Há uma valorização do partido, os partidos devem, sim, construir suas chapas para poder ter o número de parlamentares eleitos e a decisão que está sendo tomada em Brasília deve ser mantida tendo em vista que já ocorreu em 2020 e os vereadores já passaram por esse experiência", salienta o parlamentar, que preside pela segunda vez a Casa.
A mesma avaliação é feita pelo líder da oposição, Márcio Martins (Pros). "É muito válido que a gente possa defender esse modelo de eleição mais justa. Nós, vereadores, fomos submetidos a esse modelo, votado por eles, e agora querem mudar novamente?", questiona o vereador.
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