terça-feira, 24 de agosto de 2021

Com Cid, Eunício, Tasso e outros líderes, Lula reforça foco em frente ampla para 2022


O último dia de agenda política do ex-presidente Lula (PT) no Ceará, nesta segunda-feira (23), foi marcado por reunião com lideranças partidárias, inclusive de oposição ao PT no plano nacional. O gesto demonstrou diálogo do petista com as mais diversas forças políticas, de olho em uma frente ampla para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, e sinalizou para o partido no Ceará o esforço em prol de alianças contra a oposição.

Um dos principais encontros foi o de Lula com o senador Tasso Jereissati (PSDB). O petista esteve ainda com o senador Cid Gomes (PDT) e o ex-senador Eunício Oliveira. Como parte da estratégia de fortalecer as alianças com partidos de esquerda, houve reuniões também com lideranças do PCdoB, do Psol e do próprio PT.

ENCONTRO COM TASSO
O encontro com o senador Tasso foi articulado por Lula uma semana antes de sua vinda ao Ceará. O ex-presidente se reuniu com o tucano, acompanhado da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, e do coordenador da campanha de Lula no Ceará, o ex-prefeito de Quixadá, Ilário Marques.

A conversa durou em torno de uma hora, no escritório do senador, em Fortaleza. A pauta, segundo o próprio ex-presidente publicou nas redes sociais, foi a crise institucional no país e a necessidade de fortalecimento das instituições, em meio aos ataques à democracia.

Segundo interlocutores do senador cearense, a conversa entre as duas lideranças políticas foi mais para demarcar o território em prol do sistema democrático, contra o presidente Jair Bolsonaro que vai na direção contrária. 

A reunião não teve desdobramentos político-eleitorais seja no nível nacional ou no nível local. 

RELAÇÃO AMISTOSA
Aliás, interlocutores lembram que Lula e Tasso sempre tiveram um bom relacionamento, independentemente de suas posições antagônicas na política e do fato de PT e PSDB serem dois partidos, historicamente, de oposição nas eleições brasileiras.

O ex-deputado estadual do PT, Mário Mamede, já foi cotado para ser o candidato a vice de Tasso Jereissati em uma das eleições para governador. 

Em 2003, o senador Tasso, no seu primeiro ano de mandato, ajudou a articular a reforma tributária no governo Lula. 

Sem contar que quando Lula estava preso na Polícia Federal, em Curitiba, após condenação na Operação Lava Jato que foi anulada, Tasso enviou uma carta ao petista em solidariedade ao falecimento de seu neto. 

PDT
Lula se reuniu, em seguida, com o senador Cid Gomes (PDT) e o governador Camilo Santana (PT), na residência oficial do Governo do Estado. 

O encontro era um desejo de Lula, uma vez que o PT e o PDT são aliados de longa data no Ceará. Além disso, o governador Camilo Santana é apadrinhado políticos dos irmãos Cid e Ciro Gomes. 

MDB
O encontro com Eunício Oliveira (MDB) aconteceu durante o almoço. No encontro, segundo o emedebista, Lula deixou claro o desejo de se reaproximar do MDB, inclusive com a possibilidade de diálogo com o ex-presidente Michel Temer (MDB). O petista teria dito que "o que passou, passou", em referência ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

PT e PDT, que são os dois principais aliados do grupo governista no Estado. vivem um clima de  indefinição sobre a parceria política para 2022 no Ceará. 

Além do fato dos dois partidos terem possíveis candidatos à Presidência da República que, a preço de hoje, coloca as duas siglas em posições de adversários, existem divergências internas sobre a eleição estadual. 

Existe uma ala do PT no Ceará que defende candidatura própria ao Governo do Estado e outra que prega cautela e o diálogo com o PDT em busca de um consenso. Esse é um dilema que só deve ser resolvido a partir da construção do plano nacional.  

Fonte: Diário do Nordeste


 

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