terça-feira, 22 de agosto de 2017

Proposta de reforma política é indecente.

É inacreditável o que estar acontecendo no Congresso Nacional, mesmo com todas as dificuldades que o cidadão brasileiro vivencia, esta Casa Legislativa parou para discutir uma reforma política que tem por fim colocar R$ 3.600.000.000,00 (três bilhões e seiscentos milhões de reais) na conta dos senhores políticos.

É inaceitável que depois de tudo que ocorreu, a queda de uma presidente; do maior escândalo de corrupção do mundo; prisões; crises institucionais; crise econômica com 14 (quatorze) milhões de desempregados; enfim, talvez no pior momento de nossa República, a preocupação do nosso Congresso seja o financiamento público de campanha, mas, até mesmo, para esta insanidade que é direcionar dinheiro público para financiar campanhas políticas, há soluções que não, necessariamente, teriam que impor mais sacrifício e vergonha ao cidadão brasileiro.  

A solução é simples e de fácil execução, seria a criação de um fundo para financiamento das campanhas políticas em que o recurso viria de um percentual pré-estabelecido a ser descontado da remuneração de todos os cargos de mandatos eletivos do País, ou seja, proviria do elevado dinheiro público que já é gasto com a classe política. Assim, ela mesma financiaria suas campanhas, acabando com a promiscuidade do financiamento privado e com a imoralidade de destinar mais dinheiro público para campanhas de homens públicos totalmente desacreditados.

A conta é fácil, são 57.931 vereadores; 5.564 prefeitos; 5.564 vice-prefeitos; 1.059 deputados estaduais; 513 deputados federais; 81 senadores; 27 governadores; 27 vice-governadores; 01 presidente e 01 vice-presidente, totalizando 70.768 cargos relativos a mandato eletivo, logo, custeados pelo erário.

Fazendo uma projeção hipotética, se fosse descontado 500 (quinhentos) reais da remuneração de cada detentor de mandato eletivo, se arrecadariam 35 milhões a cada mês; 424 milhões em um ano; R$ 1.700.000.000,00 (um bilhão e 700 milhões de reais) em quatro anos; portanto, resolveria com folga o financiamento das campanhas políticas, porém, caso, ainda, alguém afirmasse ser insuficiente, poderia se incluir os cargos comissionados nessa conta.

A solução é fácil! Entretanto, lembro que qualquer pessoa que deseja fazer um projeto de vida, uma carreira, seja como empresário ou como profissional, precisa fazer investimentos, muitas vezes, vendendo um carro, valendo-se da ajuda da família pagar uma faculdade, o mestrado, etc.

Enfim, não tem sentido o povo brasileiro financiar projeto de político, se, pelo menos, fossem homens de bem, comprovadamente, homens de bem, poderia se cogitar, mas sem retirar dos poucos recursos deste Pobre País Rico, que, apesar de ter a população que mais paga imposto no mundo, não  logra reverter a arrecadação tributária nos devidos benefícios sociais, pensados pelo nosso Constituinte.

Ademais, nos deparamos com o absurdo de atestar a diminuição de R$10 (dez reais) de um salário mínimo que sequer foi implementado!


Desta feita, concluo, o Congresso Nacional deveria ter vergonha de propor esta reforma imoral.

Um comentário:

  1. Carlos Frederico não lhe conheço pessoalmente mas to sempre ligado no seu programa, essa sua proposta é a coisa mais correta que já ouvi nesses ultimos tempos em que vivemos essa política de candidatos que só querem ver o lado de tirar vantagens pra si próprio (pra não chamar de robalheiras), voce tá de parabéns vou divulgaresse seu texto onde eu estiver discutindo política.
    Abraços
    Alber Pontes

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