Eduardo Consentino da Cunha, ano de 2015, presidente da Câmara Federal, terceiro homem na sucessão do país.
Responsável por administrar o Parlamento, coube a Cunha colocar em votação o processo de impeachment que resultou na queda de Dilma Rousseff. Ele próprio foi cassado logo em seguida, acusado de corrupção na Lava Jato. Ocupava o principal gabinete do bloco D da Câmara.
Detento Eduardo Consentino da Cunha, ano de 2017, preso por decisão do juiz Sergio Moro.
Condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, é integrado à equipe de presidiários que distribui as marmitas do Complexo Médico Penal de Pinhais. Cabe a ele entregar as quentinhas dos internos que necessitam de dieta especial. Ocupa a cela 607 da sexta ala.
Cunha ocupa uma das funções que, no jargão da cadeia, tem o nome de "faxina". Não está necessariamente ligado à higienização do prédio. Há presos da faxina que fazem a limpeza das alas. Outros levam roupas à lavanderia e distribuem remédios. E há os que, como Cunha, ficam responsáveis pela refeição. A cada dia trabalhado, o detendo abate um dia de pena, segundo a Lei de Execução Penal.
A rotina do ex-presidente da Câmara começa às 6h. Ele e cinco internos são liberados de suas celas para receber no portão da galeria um carrinho com pães untados com margarina, café com leite e uma fruta. O carrinho entra na ala, e Cunha então separa as marmitas comuns das que são preparadas para os presos com restrições alimentares. Coloca tudo em uma maca improvisada como mesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário