quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ditaduras nunca mais.

O desfecho provisório da crise política no Egito me trouxe à memória o atentado terrorista ocorrido em 6 de outubro de 1981 que fulminou o então presidente do país, Anuar Sadat, e abriu espaço para que o agora defenestrado Hosni Mubarak inaugurasse um califado de 30 anos.


Àquela época a esquerda brasileira era só contradição: vivia a expectativa da abertura política por aqui e amava apaixonadamente as ditaduras africanas e do Oriente Médio alinhadas à ex-União Soviética.

Tenho acompanhado com atenção os acontecimentos no mundo árabe desde os protestos na Tunísia e me impressiona o quanto são voláteis e muitas vezes equivocadas as previsões dos analistas sobre o ambiente político na região.

Quando foi deflagrada a crise tunisiana, o que mais se lia nas agências de notícias eram comentários de especialistas que o Egito estava a salvo da onda de protestos, pois o governo, dono do mais poderoso exército dos países árabes, era fator de estabilização das políticas norte-americanas no Oriente Médio e Mubarak seria o garante supremo de tal intento. A derrocada foi só questão limitada de tempo.

Há inúmeras dúvidas sobre o modelo de democracia que será implantado no Egito e o grande desafio será a realização de eleições limpas, coisa que eles desconhecem.

O que estará em jogo também são as reais intenções libertárias do governo de Barack Obama. Durante a crise política, o presidente americano se limitou a declarar platitudes e se mostrou sempre atrasado aos acontecimentos.

Vale lembrar a influência americana sobre o exército egípcio, que recebe por ano alguma coisa próxima de US$ 1,3 bilhão para gastar com equipamento bélico.

Leia a íntegra do artigo em Ditaduras nunca mais

Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM-GO)

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